- 12 de novembro de 2024
Por Marlen Lima
"A merenda escolar estava estragada, mas não estava vencida". A afirmação é
do próprio secretário de Educação de Mucajaí, Rildo Pires. Ele reconhece o
erro, mas assegurou que nem por isso a merenda escolar da rede municipal de
ensino parou de ser feita, e que os mantimentos apreendidos por estarem
com a data de validade vencida e estragada, foram devidamente substituídos
por outro material em bom estado de consumação.
Rildo pires disse que já foi aberta uma sindicância interna para apurar o
que aconteceu. Segundo o secretário de Educação, o material apreendido pela
Polícia Militar nas seis escolas da rede pública municipal e na cozinha
industrial não era em quantidade que pudesse trazer algum transtorno à saúde
dos alunos. Ele assegura que o macarrão, bem como a milharina apreendidos,
"era em pequena quantidade, coisa de um pacote, dois em cada escola".
O presidente da CPI da Merenda, vereador Elton Lopes (PTC), irmão do
deputado estadual Édio Lopes (PMDB), revela que se para o secretário de
Educação uma lata de sardinha podre não preocupa, "se ele acha que é pouco o
que foi encontrado e que no caso de uma lata de sardinha estragada pode até
matar uma pessoa, então...é a posição dele se isso não é para se preocupar".
A delegada Mirian Di Manso, que é quem cuida do caso, revela que o material
que se encontra na delegacia de Mucajaí é só de uma escola do interior do
município, "da região do Apiaú". São 16 pacotes de macarrão, 06 de
milharina, ambos de 500 gramas cada pacote, além de um kilo de feijão.
Segundo ela, no contato com agentes da Vigilância Sanitária ficou evidente
que numa primeira análise, "o material estava condenado, pois no caso do
feijão apontava que seria nível 2, mas o que se pôde ver é que o nível, na
opinião dos técnicos da Vigilância Sanitária, seria de no mínimo 5".
Os tipos de feijão são classificados por níveis. Quanto maior o número de
nível do feijão revela que este é de pior qualidade, e cinco é um nível alto
dando como péssima a qualidade do mantimento, segundo avaliação da
Vigilância Sanitária.
REBATE -
O presidente da Câmara Municipal de Mucajaí, vereador Euler Brasil (PV)
afirma que o secretário de Educação Rildo Pires sabia desde o início do ano
que a merenda escolar servida na rede de ensino estava com problemas, "pois
ele já havia sido avisado que tinha comida estragada sendo servida".
Para Euler Brasil é difícil crer que o secretário de Educação queira agora
minimizar os fatos que resultaram na criação de uma CPI. "Basta ver que na
Cozinha Industrial do Município todo o estoque de macarrão teve que ser
apreendido, pois tinha sacos com a validade vencida com a data do mês de
março, deste ano".