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Deputado mantém contato com garimpeiros presos na VE

O deputado estadual Raul Lima esteve na cidade de Puerto Ayacucho para verificar a situação de 40 brasileiros que se encontram retidos na cidade colombiana de Porto Iridina, localizada do outro lado do Rio Orinoco, Venezuela. Ele foi contatado através dos próprios garimpeiros.


O deputado estadual Raul Lima (PSDB) esteve terça-feira, (27/4) na cidade de Puerto Ayacucho para verificar a situação de 40 brasileiros que se encontram retidos na cidade colombiana de Porto Iridina, localizada do outro lado do Rio Orinoco. Ele foi contatado através dos próprios garimpeiros. O grupo estava na cidade de Puerto Eneida, na Colômbia, com receio de ser detido novamente pela Guarda Nacional venezuelana, já que todos estavam sem documentos.

Para o Deputado o importante è conscientizar essas pessoas do perigo a que estão sujeitas tentando entrar ilegalmente na Venezuela para garimpar. "Fomos muito bem tratados pelas autoridades venezuelanas, tivemos a oportunidade de conversar com o grupo que ainda está preso e vamos ajudar no que for possível por que todos são pais de família tentando uma vida melhor".

Um dos garimpeiros que procurou Raul Lima foi Josivaldo Dias Fontes. Já há seis meses na Venezuela, o ex-professor de ensino fundamental, disse que procurou o Deputado por não ter condições financeiras de voltar ao Brasil. "Assim como eu, muitos outros brasileiros estão passando fome e dificuldades aqui e na Colômbia. Agora estamos recebendo ajuda para voltar para casa".

Ele informou que o grupo deve chegar em Puerto Ayacucho dentro de três dias, seguindo de ônibus para Santa Elena de Uairèn e posteriormente a Boa Vista.

Raul Lima afirmou ainda que irà manter contato permanente com a Embaixada e com os brasileiros presos para acompanhar os processos de perto.

O decreto que proíbe a garimpagem no Estado Venezuelano de Amazonas, data de 07 de junho de 1989.

As penas variam de acordo com os delitos cometidos. Na maioria das vezes os brasileiros são presos por alterar o fluxo das águas, extrair ilicitamente minerais, contaminar águas subterrâneas, degradar solos e paisagens e atuar em áreas especiais ou ecossistemas naturais.

Os 23 brasileiros que atualmente ainda não foram liberados convivem com outros 94 presos na Cadeia. Lá recebem cursos de alfabetização, de produção de horta, de fabricação de redes. Segundo eles o tratamento por parte da policia judiciária è muito bom.

Francisco Cardoso de Almeida, que jà està hà 10 meses na instituição diz que os guardas trabalham muito bem, e que o problemas são alguns presos venezuelanos que costumam causar tumultos dentro dos pavilhões. "Os policiais nos ajudam, trazem recados das nossas famílias. Temos consciência de que o que fizemos foi errado e que vamos ter que pagar por isso".

O deputado Raul Lima conversou com cada um dos brasileiros e pode constar que além de desesperados, todos se sentem injustiçados com a aplicação rigorosa da pena imposta por autoridades da Venezuela.

- É lamentável que tudo isso esteja acontecendo. Afinal de contas são compatriotas brasileiros em situação difícil. Mas as alegações da Justiça são fortes e o que temos que fazer agora è buscar meios políticos e diplomáticos para conseguir a soltura do grupo.

Na Cadeia Pública de Puerto Ayacucho, Raul se reuniu com os brasileiros em uma sala e pediu para que cada fizesse a exposição de sua situação. Os brasileiros reclamam de tudo e pedem mais auxilio do governo brasileiro para resolver o problema.

Todas as semanas a Juíza da Vara Penal do Estado visita os presos brasileiros para saber do tratamento que estão recebendo. Também a cada quinze dias um conselheiro da Embaixada do Brasil em Caracas vai até Puerto Ayacucho para conversar com os presos e atendê-los individualmente e repassa a quantia de trinta mil bolívares, o equivalente a trinta reais, para cada preso utilizar com gastos pessoais.

De acordo com o advogado Nestor Machado, contratado pela Embaixada para defender os brasileiros, esse è o segundo grupo liberado em menos de dois meses. O primeiro grupo de 40 pessoas pode voltar para casa no mês de março passado. Antes de voltarem ao país ficaram alguns dias em um clube na cidade de Puerto Ayacucho, recebendo alimentação fornecida pela Embaixada. "A maioria voltou para o Brasil por conta própria, devido a demora em conseguir transporte até a fronteira".

Ainda segundo Nestor os garimpeiros brasileiros costumam ser acusados de infrigir os códigos da Lei Penal do Ambiente, em vigor na Venezuela desde o ano de 1992.

O advogado divide os brasileiros que ainda estão presos na Cadeia de Puerto Aya em grupos. Atualmente são 23 presos divididos em quatro grupos. Um deles será beneficiado este mês com o regime semi-aberto, poderão trabalhar durante o dia e voltar à noite para dormir no presídio. Outro grupo terá esse beneficio concedido na primeira semana de junho. Os outros dois esperam uma posição do Ministério Público do Estado do Amazonas.

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