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OPINIÃO FORMADA

Nesses próximos dias, deputados estaduais, federais e senadores de Roraima vão estar em Belém para o blablabá do Fórum Amazônico. Lamentações e protestos contra a demarcação da Raposa serra do Sol vão ser proferidos. Só isso. Na prática, tudo continuará na mesma e com um possível agravante: enquanto o estado sofre a insensibilidade de Lula em homologar a reserva, os políticos vão fazer proselitismo e comer pato no tucupí.


A ÚNICA EXPLICAÇÃO

Leitores do site têm questionado diariamente, como o ministro Romero Jucá, depois de tantas denúncias e contradições, ainda continua firme no cargo. Para responder, é preciso que se volte um pouco no tempo e lembrar que o seu antecessor na Previdência era o senador Amir Lando, do PMDB rondoniense, tido como político sério.

Por que então, o PMDB troca um ministro reconhecidamente sério por um outro senador recheado de denúncias de corrupção? Por que Amir Lando não tem jogo de cintura para o processo governo-eleitoral, é a resposta.

E por que, então, o PMDB não evita mais desgastes ao governo e troca Romero por outro do partido? Por que não há no PMDB ninguém com jogo de cintura e disposição para o trabalho de se azeitar as condições básicas para uma candidatura à reeleição presidencial, como Jucá. É a resposta.

Então, partindo dessa simples premissa de que alguém precisa fazer o "serviço" dentro do Ministério da Previdência - detentor do segundo maior orçamento da União e cheio de rombos - é que o competente Romero Jucá tem que ficar. Experiência do assunto ele tem de sobra.

Essa é única explicação para ver Lula, Luís Gushigen e José Dirceu defenderem um político com história marcada pela militância de direita e governista de FHC. É de que questionar: desde quando Lula conhece o caráter de Romero Jucá para defendê-lo com tanta veemência diante da obviedade das acusações?

A resposta é a mesma. Alguém experiente precisa fazer o serviço que facilite a campanha de sua reeleição, seja lá quem for e como for. Dá para entender, agora?

* * *

JUSTIÇA

A coluna faz aqui uma ratificação em nome da justiça dos fatos. O deputado Almir Sá nem de longe foi beneficiado com o suposto esquema da Casa Amarela. Naquela eleição, Almir foi alijado do processo por parte da coligação, por não aceitar a candidatura de Marília Pinto para a Câmara Federal. Além do mais, Almir também não se elegeu, só ocupa o cargo porque Lip Nik morreu.

EFEITO LIP NIK

Por falar nisso. Rola piadinha das mais maldosas nos corredores do Congresso. Da conta de um deputado candidato à reeleição em 2006 que "entre ser eleito e ter o Sá como suplente, prefiro não me eleger".

FALTA DE PROFISSIONALISMO

O estado de Roraima vai ficar sem nada do que reivindica. Ontem, após a reunião do governador Ottomar Pinto, a bancada de deputados e o staf governamental, ficou claro que nada se avançou.

"O que falta é profissionalismo. Enquanto o governo do estado ficar dependendo de ações judiciais interpostas por ilustres desconhecidos procuradores, ficaremos à mingua. Já era tempo do governo buscar assistência num escritório de advocacia de respeito e competente para transformar essas reivindicações em realidade, a exemplo do que ocorreu no Amazonas, que contratou o Ives Gandra Martins, referência em direito tributário e obteve no STF a garantia para a Zona Franca de Manaus a lei de informática, contra FHC e o lobbr paulista", disse um deputado já de saco cheio de tantas promessas.

NA MESMA

Quem viu ontem a expressão de Ottomar Pinto ao sair da reunião com os ministros de Lula percebeu que tudo continua na mesma. Um grupo - mais um - está analisando a questão fundiária e outro irá - mais uma vez - ao estado para ver a situação indígena.

FAZ DE CONTA

O Ministério Público federal tem informações que o caso das sementes de café que não serviram nem para fazer chá, mas que foram vendidas superfaturadas para cidades do Sul do estado, tem ramificações em outros municípios. Coisa de esquema do faz de conta, onde a única coisa verdadeira é o dinheiro público que é pago.

 

TUCUPÍ

Nesses próximos dias, deputados estaduais, federais e senadores de Roraima vão estar em Belém para o blablabá do Fórum Amazônico. Lamentaç~eos e protestos contra a demarcação da Raposa serra do Sol vão ser proferidos. Só isso. Na prática, tudo continuará na mesma e com um possível agravante: enquanto o estado sofre a insensibilidade de Lula em homologar a reserva, os políticos vão fazer proselitismo e comer pato no tucupí.

SOLIDARIEDADE

A coluna se solidariza com os policiais federais que estão detidos na maloca do Flexal, comendo o pão que o dia.., que os índios estão amassando. Em tempo, a culinária indígena não é muito digestiva para que não é acostumado com o seu preparo e sabor.

MAIS POBRE

Nesse processo todo de denúncias de corrupção, o ministro Romero Jucá vai ficar ainda mais pobre. O seu advogado é um dos mais caros do país.

PERGUNTINHA

Por outro lado. Se Romero Jucá é inocente assim, por que contratar um advogado tão caro?

MURO DE BERLIM

"Para o governo federal ter uma idéia exata em relação ao que os índios realmente querem deveria fazer um plebiscito, em vez de ouvir algumas lideranças e se deixar
influenciar pela Igreja e ONGs internacionais, disse o ex-comandante militar da Amazônia e atual presidente do Clube Militar, general da reserva Luiz Gonzaga Lessa. Ele
classificou como "absolutamente equivocada" a decisão do governo brasileiro de homologar as terras da reserva indígena Raposa Serra do Sol , em Roraima.
Para o general, o governo "criou um muro de Berlim selvagem em plena região amazônica". Ele explicou que os índios macuxi não querem a demarcação em área contínua,
assim como não querem ficar isolados pois já têm um nível de desenvolvimento. A criação da área, na opinião do general, significará o isolamento dos índios, que certamente passarão fome, apesar da enorme quantidade de hectares que terão porque não sabem mais viver exclusivamente como dependentes da terra.

IGUAIS

Em 1992, às vésperas da eleição para prefeito, o então governador Ottomar Pinto afirmou ao Jornal Nacional que empregava parentes no seu governo por que eles eram competentes.

Treze anos depois, é o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, que dá a mesma justificativa para que os cofres públicos banquem filhos, noras e sobrinhos.

Ottomar perdeu aquela eleição e Severino viu a proposta de fim do nepotismo ser aprovada com vantagens.

BOCADA

Hoje, 13 filhas, genros, sobrinhos, cunhado, esposa e agregados de Ottomar empregados no seu governo, recebem, somados, mais de R$ 100 mil por mês, dos cofres do estado. O empreiteiro Kléber Filgueiras,genro de Ottomar, está reformando a Maternidade Pública. O serviço foi ganho sem licitação pública.

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