- 19 de novembro de 2024
O Ministério de Industrias Básicas e de Minério da Venezuela, juntamente com a Corporação Venezuelana de Guayana, realiza nos próximos dias 28 e 29, em Puerto Ordaz, uma Roda de Negócios de Investimentos. Empresários do segmento madeireiro devem integrar a comitiva de Roraima. O evento é direcionado a empresas brasileiras e venezuelanas dispostas a fazer investimentos na Zona Franca Integral do Estado de Bolívar para desenvolver produtos nos setores de ferro, aço, alumínio, plástico e madeira. É nesse último que o knowhal de Roraima desperta interesse da Venezuela. O deputado Raul Lima, 1º secretário da Assembléia e presidente da Câmara Brasileira Venezuelana de Comércio, foi convidado pelo embaixador da Venezuela no Brasil, general Júlio García Montoya, para participar da roda de negócios por defender a integração comercial entre os dois países. De acordo com Raul Lima, a Embaixada da Venezuela deixa claro o desejo de revisar as vantagens oferecidas pela recém criada Zona Franca de Bolívar a fim de atrair investidores do Brasil, aproveitando a disponibilidade de matéria-prima aos referidos setores, visando o mercado interno e o externo. Para o deputado, as autoridades venezuelanas precisam quebrar barreiras, facilitando o ingresso de produtos e de brasileiros em seu território, para que o discurso de ampliação do intercâmbio se torne uma demonstração prática e real. "Existem problemas a serem superados com rapidez", frisou. Entre os entraves, reafirmou Raul Lima, estão os conflitos inerentes à fronteira de Pacaraima com Santa Elena de Uairen, geralmente distantes das reuniões dos governos do Brasil e da Venezuela. "Não é coerente se falar em novos negócios sem antes resolver os embaraços fronteiriços", ressaltou. Madeireiros Uma das queixas do setor madeireiro é a de que a Venezuela, tradicional importadora da madeira roraimense, se nega a elevar a oferta de 150 dólares por metro cúbico cerrado, o que não dá para cobrir os custos de produção em decorrência da desvalorização da moeda americana frente ao Real. O Sindicato dos Madeireiros, conforme o presidente Otto Matsdorff, olha com desconfiança a tentativa dos venezuelanos de tê-los como investidores. "A burocracia sempre foi gritante na Venezuela, por onde a exportação para a Europa seria metade do preço. Mesmo, assim, optamos por Manaus".