- 19 de novembro de 2024
Edersen Lima - Editor Brasília - Está tudo errado. A homologação da Raposa Serra do Sol se transformou em palanque eleitoral e em disputa de ações - jurídicas e legislativas - entre o governo do estado, deputados e senadores pra ver quem obtém sucesso em anular - ou pelo menos suspender - o processo desencadeado pelo presidente Lula. Volto aqui a repetir: É muita terra pra pouco índio. Mas a disposição que, individualmente, deputados e senadores de Roraima estão ingressando com medidas cautelares no STF e com decretos legislativos na Mesa Diretora da Câmara só caminhará para um ponto, o da confusão de ações e do atropelamento de intenções. A mais que surrada e desgastada lição de que a união faz a força continua sendo uma desconhecida para a bancada. Cinco deputados - Chico Rodrigues, Luciano Castro, Maria Helena, Rodolfo Pereira e Almir Sá - aguardam que o plenário da Câmara resolva a questão. A deputada Suely Campos e o senador Mozarildo Cavalcanti com medida cautelar no Supremo - que parece ser o melhor caminho -. O governo tentou na Justiça Federal em Boa Vista. O deputado Luciano Castro reconheceu: "O mais sensato seria a bancada agir em bloco junto com os líderes partidários que já demonstraram apoio à nossa reivindicação. Sem dúvida, o peso dessa ação seria muito maior. Do mesmo modo, se todos estão remando na mesma direção, por que não remarmos juntos?". Luciano também apresentou o seu decreto, mas a proposta é essa mesmo, remar, juntos, todos na mesma direção. E nada de protestos ou idéias tresloucadas de pegar em armas, como defendeu o arrozeiro Paulo César Quartiero. Faroeste cabloco, não. No exato momento em que essas mal traçadas linhas estão sendo digitadas, em Boa Vista, na Praça do Centro Cívico, uma manifestação está ocorrendo. O motivo é a indignação da população com o rompante de Lula. Nada mais justo e democrático. O problema são os discursos inflamados e oportunistas que virão no bolo.