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O que está acontecendo - Edersen Lima

As declarações em defesa da luta armada contra a homologação da Raposa Serra do Sol, feitas pelo prefeito de Pacaraima e líder arrozeiro Paulo César Quartiero em hipótese alguma podem ser levada a sério. Prefiro achar que se trata de mais um factóide, daqueles inspirados no prefeito carioca, César Maia, também chamado de "prefeito Maluquinho".


Brasília - As declarações em defesa da luta armada contra a homologação da Raposa Serra do Sol, feitas pelo prefeito de Pacaraima e líder arrozeiro Paulo César Quartiero em hipótese alguma podem ser levada a sério. Prefiro achar que se trata de mais um factóide, daqueles inspirados no prefeito carioca, César Maia, também chamado de "prefeito Maluquinho". O absurdo que Paulo César está pregando tem, em escala menor, encontrado eco em outras vozes. O momento, não requer idéias e sugestões radicais, como as que têm sido reverberadas, inclusive, em ondas de rádio. Pra quê derramar sangue se ainda existem meios para que índios e arrozeiros progridam numa nova forma de parceria, até mais justa para quem ganha muito(produtores) e para quem trabalha muito(índios e empregados). O que se tem falado e protestado vai dar em nada se qualquer medida extrema ocorra. Perde-se por completo a razão e argumentos. É triste constatar que esse tipo de posicionamento tem como objetivo formar erradamente opinião na sociedade sobre o assunto. É muita terra pra pouco índio? Claro que é. Ma isso na dá direito pra neguinho pegar em arma e sair atirando. Será que em cabeças tão férteis e inteligentes não brota nenhuma idéia melhor, mais humana, de direito e prática? Ainda do mesmo lado, ficar acusando a torta e a direita que nada se fez contra a homologação é uma heresia. Daqui deste espaço, já criticamos a falta de articulação da bancada federal em transferir a terras da União para o Estado. Mas reconhecemos que muito foi feito por deputados e senadores para segurar a homologação que estava prevista para acontecer há mais de 10 anos. Protestar contra insatisfações e injustiças é válido em qualquer sociedade. Usar uma questão de dor e revolta como trampolim e escada para projetos políticos-eleitorais é que não pode. Mas é o que está ocorrendo.

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