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RSS - Federação de Agricultura encaminha protesto ao presidente da República

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Roraima, encaminhou ontem ao presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, expediente advertindo-o das conseqüências que poderá ter para Roraima a assinatura, na última sexta-feira, do decreto de homologação da reserva Raposa/Serra do Sol.


A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Roraima, encaminhou ontem ao presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, expediente advertindo-o das conseqüências que poderá ter para Roraima a assinatura, na última sexta-feira, do decreto de homologação da reserva Raposa/Serra do Sol. Ao externar sua insatisfação, o presidente da FAERR em exercício, Sílvio Silvestre de Carvalho, Sá ressaltou que a homologação não levou em conta os anseios da população do Estado de Roraima, do governo local, dos municípios envolvidos diretamente, da bancada federal e da maioria dos indígenas residentes na área. De acordo com Carvalho, a maioria dos índios será condenada ao isolamento e ao subdesenvolvimento quando cessar o apoio dado pelos governos municipais e estadual, com destaque para a educação, saúde, infra-estrutura e fomento a agropecuária. Ao contrário, adverte, a proposta defendida pela sociedade roraimense garantiria a paz e a harmonia entre as comunidades dos índios e não índios, proporcionando maior desenvolvimento econômico sustentável, como já vinha ocorrendo. O presidente da FAERR também enumerou dificuldades decorrentes da homologação, entre elas a limitação dos territórios dos municípios de Normandia, Pacaraima e Uiramutã; a remoção dos moradores das vilas Surumu, Socó, Mutum e Água Fria; restrição ao acesso às áreas de fronteira; exclusão das plantações de arroz e impossibilidade de construção da hidroelétrica de Cotingo. "Como informações complementares, acrescentamos que a área de produção de arroz ocupa apenas 7,2% da reserva pretendida e está localizada na fronteira sudoeste, muito pouco interferindo no convívio com os indígenas lá residentes e gerando seis mil empregos e acima de 10% do PIB de Roraima", destacou. Sílvio Carvalho destacou ainda que a remoção dos arrozeiros para outras áreas pode resultar em maior impacto ambiental. Ele também chamou a atenção para o fato de que Hidroelétrica de Cotingo atingiria apenas 1,2% da área pretendida para a demarcação, mas geraria excedente de energia capaz de garantir a independência em relação à Venezuela. Carvalho ainda acusa o governo federal de tentar impedir o desenvolvimento do Estado de Roraima, destinando-lhe apenas 7% de todo o seu território e ainda expedindo medidas como a Portaria 010/2004, que anulou os cadastros rurais acima de 400 hectares. Por fim, o presidente da Federação da Agricultura solicita do presidente Lula a revogação da homologação da Terra Indígena Raposa/Serra do Sol em área contínua, procedendo a demarcação da reserva na forma como foi proposta pelo então ministro da Justiça, Nelson Jobim, excluindo as vilas, as estradas, as áreas de produção de arroz e a área destinada a hidroelétrica de Cotingo.

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