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Ação do MPE aponta irregularidades em licitações da administração de Teresa


Uma nova ação por improbidade administrativa do MPE contra a prefeita de Boa Vista, Teresa Jucá (PPS), poderá complicar ainda mais a situação do ministro da Previdência, Romero Jucá, marido dela. Nas investigações do Ministério Público, o ministro é acusado de se reunir com um grupo de empresários e de direcionar a licitação para a contratação de três empresas que, desde 2001, estão encarregadas da limpeza urbana de Boa Vista.


Promotores preparam ação contra Teresa Jucá Jailton de Carvalho Enviado especial de O Globo BOA VISTA. Uma nova ação por improbidade administrativa que está sendo preparada pelo Ministério Público de Roraima contra a prefeita de Boa Vista, Teresa Jucá (PPS), poderá complicar ainda mais a situação do ministro da Previdência, Romero Jucá, marido dela. Nas investigações do Ministério Público, o ministro é acusado de se reunir com um grupo de empresários e de direcionar a licitação para a contratação de três empresas que, desde 2001, estão encarregadas da limpeza urbana de Boa Vista. Pelos cálculos de promotores, o serviço de limpeza urbana consome quase um terço do recursos orçamentários da prefeitura. O Ministério Público diz que duas das três empresas contratadas num processo supostamente irregular superfaturaram a coleta do lixo, não executaram integralmente os serviços e se beneficiaram da coleta com equipamentos e servidores contratados pela prefeitura. Teresa será denunciada por improbidade até o fim da semana. As informações sobre o ministro serão encaminhadas ao procurador-geral da República, Claudio Fonteles. As investigações do Ministério Público começaram com o depoimento de Antônio Edmar Mendes, um dos empresários beneficiados com a licitação promovida pela prefeitura de Boa Vista, ao promotor Araújo de Souza no dia 23 de julho de 2003. Mendes disse que em 2001 o então senador Romero Jucá, marido da prefeita Teresa Jucá, reuniu-se com empresários conhecidos com Laia, Aurélio, Chiquinho e Paulo Lucena na sede da prefeitura para lotear a cidade entre as empresas Paulo Lucena ME, Soma, LPCS (Limpeza, Paisagismo, Conservação e Serviços) e a Copam (Construtora, Pavimentação e Terraplanagem). Meses depois, segundo o Ministério Público, o rateio foi chancelado pela licitação. As empresas contempladas na divisão inicial venceram e assinaram contrato de prestação de serviços com a prefeitura até 2006. O Ministério Público descobriu ainda que, em alguns casos, as empresas fraudavam o peso do lixo para aumentar o faturamento. A prefeitura pagava R$ 0,15 por quilo de lixo. Numa das contabilidades do material, um cachorro apareceu pesando 400 quilos. - O pior é que em muitos bairros o lixo não foi recolhido. As empresas receberam, mas não prestaram os serviços - disse o promotor. Edmar Mendes, o primeiro a denunciar supostas irregularidades na licitação, foi contratado pela Paulo Lucena ME para fazer a limpeza de seis bairros. O empresário recebia R$ 30 mil por mês. Em 2003, Mendes partiu para o ataque. Ele teria se irritado porque a empresa deixara de fazer os repasses mensais de acordo com o contrato. NÃO FALA A assessoria de imprensa de Jucá informou que ele não se manifestaria sobre esse caso. A de Teresa Jucá não retornou a ligação do jornal. Em Brasília, Teresa se defendeu: - Tenho, ao fazer política, uma alegria muito grande, uma gratificação grande que é o trabalho com meus meninos que faço em Boa Vista. Em quatro anos, o avanço é surpreendente. Isso justifica fazer política, passar por todos os momentos que passo para poder conquistar esse espaço.

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