- 19 de novembro de 2024
UIRÁ MACHADO DA REDAÇÃO O ministro da Previdência, Romero Jucá, disse ontem que as denúncias contra ele são fabricadas por jornalistas contratados por seus adversários políticos. Disse ainda que "renúncia" não faz parte de seu vocabulário. Segundo Jucá, a origem da série de denúncias está na disputa eleitoral de Roraima. "Essas disputas sempre são muito acirradas e levadas, às vezes, para o baixo nível. Isso tem como conseqüência acusações levianas que ganham repercussão pelo cargo que ocupo." As afirmações foram feitas no lançamento do Aasp Previdência (plano de aposentadoria complementar da Associação do Advogados de São Paulo). No evento, Jucá entregou aos jornalistas uma nota de esclarecimento (leia íntegra nesta pág.) que, segundo ele, "explica os pontos levantados" nas últimas semanas. O ministro afirmou também que as denúncias que têm sido feitas são requentadas, "de disputas eleitorais passadas, desde 1990", que não há irregularidade e que, por isso, tem cobrado investigações que esclareçam os fatos. Jucá disse que há jornalistas contratados para produzir as denúncias. "Tudo isso faz parte de ações que têm origem na política de Roraima. É certo que há adversários políticos por trás das acusações. Existem parlamentares que têm jornalistas contratados, fabricando esse tipo de notícia." Questionado sobre quais seriam esses jornalistas, disse: "Não quero fazer acusação pessoal contra ninguém". Afirmou, entretanto, que não se trata de jornalistas vinculados à "grande imprensa". Seriam, segundo Jucá, sites montados para atacá-lo e "jornalistas que fazem política em Roraima". O ministro foi enfático ao descartar um possível pedido de renúncia: "Renúncia não faz parte do meu vocabulário. Não fiz nada errado e, portanto, não há motivo para renúncia", afirmou. Ao evento também compareceu o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que defendeu o colega Jucá. Questionado a respeito de um eventual constrangimento no governo devido à série de denúncias, disse: "Não, acho que não [há constrangimento]. Ele [Jucá] apresentou os esclarecimentos pedidos e tem respondido de forma satisfatória às denúncias." O ministro da Justiça afirmou também que os que consideram estranho o governo manter um ministro após tantas denúncias se esquecem "de que estamos num Estado de Direito e que prevalece a presunção de inocência". E completou: "Nas ditaduras é que as pessoas são condenadas antes de serem julgadas". Repercussão O secretário-geral da Presidência da República, ministro Luiz Dulci, detalhou ontem como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a Jucá que tomasse a iniciativa de rebater as acusações. "O ministro disse ao presidente com muita convicção que tinha condições de provar que elas [acusações] eram infundadas, que não procediam. O presidente, como já fez em situações análogas, disse: "Se você tem condições de provar que são improcedentes, mostre, prove e esclareça de maneira cabal essa situação'", disse Dulci.