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Pastor Frankembergen diz que Lula é traidor

O deputado Pastor Frankembergen disse manterá uma posição contrária aos interesses do governo, "quando vierem para Câmara projetos que vão de encontro com que é o melhor para a sociedade, como no caso de aumento salarial para os trabalhadores, votarei junto com a oposição, em favor dos assalariados.


Por Marlen Lima O sentimento dos políticos de Roraima em relação ao governo federal mudou. Antes era de paz, hoje é de revolta. O ponto final desse casamento em que o governo do presidente Lula levava sempre a melhor acabou quando na semana passada, o presidente da República homologou a reserva Raposa Serra do Sol de forma contínua. E nesse novo processo político, o deputado Pastor Frankembergen (PTB), presidente do partido no Estado, um dos mais revoltados pelo o que chama de traição por parte do presidente Lula com o povo de Roraima, foi à Tribuna da Câmara, envolto na bandeira de Roraima e com uma faixa preta atravessada no corpo, em sinal de luto, e desancou a falar das ações suspeitas do governo federal. Frankembergen ressalta que havia um acerto do presidente da República com o governo estadual e a classe política do Estado. "Ele nos disse que antes de assinar qualquer homologação nos comunicaria, e isso não foi feito. Eu me sinto traído e arrependido de ter dado apoio a esse governo. Agora vou bater até cansar". O deputado revela que manterá uma posição contrária aos interesses do governo, "quando vierem para Câmara projetos que vão de encontro com que é o melhor para a sociedade, como no caso de aumento salarial para os trabalhadores, votarei junto com a oposição, em favor dos assalariados votando sempre por um reajuste maior do que o governo quer". Frankembergen começou o seu discurso afirmando que Roraima amanhece no último sábado (16) de luto. "As trevas cobriram meu Estado. O manto negro da desesperança cobriu de luto o meu coração e os corações de todos meus irmãos roraimenses: homens e mulheres, crianças e adultos, índios e não índios", disse o parlamentar, que continuou afirmando que todo esse processo "aconteceu de forma orquestrada, combinada em detalhes mínimos que, não fosse trágico, sem dúvida seria cômico". Em determinado momento o parlamentar questiona - Porque tanta pressa? Por que esse verdadeiro "toque de caixa" na decisão de um assunto extremamente delicado, espinhoso, considerado por muitos intelectuais, juristas e até mesmo no meio militar como "uma verdadeira bomba" merecedora de profundos estudos? SURPRESA E ASSOMBRO - "Nós roraimenses, índios e não índios, fomos surpreendidos, injustiçados e mutilados em nossa própria casa. Sem aviso prévio, num fim de expediente de uma sexta-feira, fomos comunicados de que a partir daquele dia também estávamos impedidos de trabalhar, de gerar emprego, renda e até mesmo o pão nosso de cada dia...", discursou o deputado, que em determinado momento destaca que em outra região, como no Centro-Oeste, Nordeste as palavras certas da atitude do presidente seriam as de "Tocaia", "Covardia", "e lá no norte como Tratante". Frankembergen ressalta que Roraima já cede 9 milhões e 600 mil hectares para a reserva indígena do povo Ianomâmi, "e outros 654 mil hectares para a Reserva São Marcos, a partir de agora também é obrigada a ceder mais 1 milhão e 700 mil hectares, totalizando área restrita aproximada de 12 milhões de hectares para manter isolados, contra sua vontade, pouco mais de 14 mil pessoas, sendo a esmagadora maioria homens, mulheres e crianças já acostumadas ao convívio com o não índio". CONCLAVE - O deputado Frankembergen disse em seu discurso que, "à boca pequena, como se diz nos bastidores da política, contam que, muito além de apenas participar dos funerais do Papa, o que houve no AeroLula, naquela viagem onde se reuniram além do atual Presidente, mais 2 ex-presidentes e a nata da representatividade nacional, foi um CONCLAVE para decidir também sobre essa questão, cuja pressão internacional exigia ação imediata". Finalizando suas palavras, Pastor Frankembergen disse algo que não é novo para os políticos e até para a sociedade roraimense, quando revelou que o papel da Funai tem sido o de só agir contra os reais interesses do Estado e de seu povo índio. "Até quando nós, os roraimenses, teremos que suportar essa insana política da FUNAI, voltada exclusivamente para a demarcação de áreas e mais áreas de terras sem critérios justificáveis e em total desrespeito aos cidadãos, sejam índios ou não índios?", disse o parlamentar.

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