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Suely alerta para o que foi "tentativa de oficializar a eutanásia".

A deputada Suely Campos disse ontem que a tentativa de normatizar o atendimento em UTI foi uma forma disfarçada de se institucionalizar a eutanásia. "Criar uma regra geral para atendimento em UTI, legislando sobre quem deve e quem não deve receber tratamento é o mesmo que classificar entre os que devem contar com a própria sorte e os que vão contar com o auxílio médico".


Brasília - A deputada Suely Campos classificou de "saída acertada" o recuo do ministro da Saúde, Humberto Costa na decisão de criar normas para a internação de pacientes nas UTIs (unidades de terapia intensiva) brasileiras e de ter engavetado as discussões sobre o assunto. "É preciso salientar que a intenção além de absurda foi por demais desastrosa, tanto que sofreu uma repercussão negativa imediata por parte da sociedade, por parte da classe médica e dos deputados que compõem a Comissão de Seguridade Social. Tudo isso, por falta de respaldo da proposta. Como se pode criar regras de quem deve ou não se atendido dentro de uma UTI que é justamente o último estágio de tratamento do enfermo?", questionou a deputada. O ministro argumentou que a discussão causou reações "políticas" em vez de polemização técnica. A partir de agora, diz, não há prazo para retomar a conversa. "Queremos fazer a discussão de forma correta, situá-la em nível técnico e impedir que haja má compreensão ou insegurança pela população." Para Suely Campos, a desculpa de Costa não convence. "O ministro tentou emplacar uma medida sem respaldo da classe médica que convive dia e noite com o drama da falta de leitos em UTI. Como houve reação imediata, agora é que se propõe marcar uma melhor análise sobre a questão. O óbvio é que não está sendo observado. O problema das UTIs no país não é quem deve ou não ter prioridade de atendimento, mas sim, investir na construção de mais unidades dessas nos hospitais brasileiros". Segundo ela, normatizar o atendimento em UTI é uma forma disfarçada de se institucionalizar a eutanásia. "Criar uma regra geral para atendimento em UTI, legislando sobre quem deve e quem não deve receber tratamento é o mesmo que classificar entre os que devem contar com a própria sorte e os que vão contar com o auxílio médico. O que vão ter que contar com a sorte serão aqueles que, pela normatização vão morrer, então, seria só um aceleramento desse processo. Isso é um absurdo.

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