- 19 de novembro de 2024
Folha de S. Paulo O ministro da Previdência, Romero Jucá, disse não estar disposto a "bater boca com ninguém" e que os parlamentares que não estão convencidos com seus esclarecimentos sobre as acusações de irregularidades desconhecem suas explicações. Anteontem, o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) mostrou desconforto com a situação. "A explicação que acho importante de ser analisada é a que será dada ao Ministério Público e à Polícia Federal", disse Jucá. Ele esperava ontem documentos chegarem de seu Estado (RR) para enviá-los ao Ministério Público, até o dia 18, fim do prazo dado pelo procurador-geral, Claudio Fonteles. Por meio de sua assessoria de imprensa, o ministro não respondeu ao questionamento da Folha sobre o Basa (Banco da Amazônia) ter se recusado a reconhecer, como novo dono da Frangonorte, o suposto proprietário das fazendas apresentadas como garantia. Os esclarecimentos seriam encaminhados ao Ministério Público hoje, disse a assessoria. O ex-sócio de Romero Jucá no negócio, Getúlio Cruz, disse que nunca foi comunicado pelo Basa de que Luiz Carlos Fernandes de Oliveira, o "dono" das propriedades inexistentes no Amazonas, havia sido considerado inidôneo pelo banco, junto com Deoclécio Barbosa Filho. "Tudo o que soubemos sobre restrições foi via imprensa", afirmou Cruz. A Folha tentou ontem localizar Luiz Carlos Oliveira, mas o empresário não havia respondido aos recados até o fechamento desta edição. "Estou preocupado em trabalhar na Previdência. Não estou preocupado em bater boca. Os esclarecimentos já dei e serão dados", disse o ministro. Jucá acrescentou que não comentaria "declarações partidárias", referindo-se às palavras de João Paulo, pois isso seria tarefa de seu partido, o PMDB.