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"Jucá tem que dar explicações mais convincentes", diz João Paulo

Bombardeado por denúncias envolvendo fazendas fantasmas, o ministro da Previdência, Romero Jucá (PMDB), passou ontem também a ser atingido por críticas de integrantes do PT, o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT-SP) cobrou explicações mais convincentes de Jucá. Para ele, é "incompatível" a presença do ministro na pasta, cravejado de acusações.


Matheus Machado e Helayne Boaventura Da equipe do Correio Bombardeado por denúncias envolvendo fazendas fantasmas, o ministro da Previdência, Romero Jucá (PMDB), passou ontem também a ser atingido por críticas de integrantes do PT, o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT-SP) cobrou explicações mais convincentes de Jucá. Para ele, é "incompatível" a presença do ministro na pasta, cravejado de acusações. "Acho que ele tem que prestar esclarecimentos mais convincentes sobre as denúncias porque é incompatível à frente do ministério da importância que é a Previdência alguém sob suspeita", disparou o petista. Esta semana, Jucá esforçou-se para explicar as acusações de que participou de uma operação de empréstimo no Banco da Amazônia (Basa), feita pela Frangonorte (empresa da qual era sócio) na qual foram oferecidas como garantia fazendas fantasmas (leia ao lado). Para João Paulo, porém, as explicações não foram suficientes e o ministro se compromete cada vez mais com os comentários nos bastidores. "É importante esclarecer de uma vez por todas qual foi a participação efetiva do ministro", cobrou, lembrando que o Ministério da Previdência tem a responsabilidade de arrecadar e pagar benefícios a muitos brasileiros e, por isso, não pode ter um suspeito no comando. O petista garantiu ainda desconhecer qualquer acordo, em dezembro do ano passado, para aprovar uma emenda à Medida Provisória 222, que autorizaria a utilização de terrenos para quitar débitos com a Previdência. "Eu não participei de nenhum debate sobre essa emenda. Nem eu nem a Câmara dos Deputados", assegurou João Paulo, que na época era presidente da Câmara. Jucá afirmou ter incluído no Senado a permissão para utilização de glebas na Amazônia como pagamento de dívidas previdenciárias em cumprimento a um acordo feito na Câmara. Ao sancionar a lei, porém, Lula vetou o artigo com a justificativa de que as terras não possuíam registro e "muito provavelmente" eram ocupadas por índios, conforme revelou o Correio na última segunda-feira. Constrangimento Procurado, o ministro Romero Jucá disse por meio de sua assessoria que não ia comentar as declarações do ex-presidente da Câmara. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também não quis envolver-se na polêmica para evitar constrangimentos durante a viagem que fará hoje ao Vaticano, para o funeral do papa João Paulo II, na comitiva de Lula. Questionado sobre as declarações do petista, foi lacônico: "Fogo amigo com o PMDB, não!", respondeu, referindo-se ao termo utilizado para designar críticas que partem de aliados. O líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), foi escalado para responder às críticas. Mas também não se alongou no debate. Suassuna almoçou ontem com o líder do PT na Câmara, Paulo Rocha (PA), de quem disse ter ouvido a confirmação de um acordo onde foi acertada a inclusão na MP da emenda que dava permissão para quitar débitos previdenciários com as fazenda na Amazônia. "Paulo Rocha confirmou o acordo. O que diz João Paulo não sei explicar. O ser humano tem razões que a gente não entende", desconversou Suassuna. peemedebista.

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