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FERNANDO RODRIGUES - Lula atrás de FHC

Com 27 meses de governo, a administração Lula tem 39% de "ótimo/bom", segundo levantamento do Ibope. Em março de 1997, também com 27 meses de mandato, Fernando Henrique Cardoso tinha 51% de "ótimo/bom", conforme pesquisa do mesmo instituto.


BRASÍLIA - Com 27 meses de governo, a administração Lula tem 39% de "ótimo/bom", segundo levantamento do Ibope. Em março de 1997, também com 27 meses de mandato, Fernando Henrique Cardoso tinha 51% de "ótimo/bom", conforme pesquisa do mesmo instituto. Essa diferença de 12 pontos percentuais é inédita. Pela primeira vez desde que tomou posse, Lula vê sua curva de popularidade ficar bem longe do padrão criado pelo tucano. Até o final do ano passado, o eleitorado concedia ao petista a mesma paciência e boa vontade dadas a FHC. Agora, parece que o humor do eleitorado começa a ficar diferente a respeito do petista. Além disso, outra razão objetiva acende a luz amarela dos marqueteiros lulistas: é difícil um presidente conseguir melhorar muito a sua popularidade da metade para o final do mandato. A paciência das pessoas tende a ficar menor. É necessário registrar que FHC nesse período também se preparava para enfrentar a sua pior popularidade do primeiro mandato -registrada em maio de 1997, com apenas 34% de "ótimo/bom", subindo depois para 43% em outubro daquele ano, sempre segundo o Ibope. No caso de Lula, essa depressão da curva de aprovação veio um pouco mais cedo. Não é o fim do mundo, mas mostra que o petista não é um candidato imbatível na eleição presidencial do ano que vem. Em 1998, FHC montou a até então mais ampla aliança partidária da história contemporânea brasileira. Conseguiu reduzir ao máximo o número de candidatos competitivos -só se arriscaram Lula e Ciro Gomes. Ainda assim, o tucano bateu na trave antes de ganhar no primeiro turno, com 53,06% dos votos. Para repetir em 2006 o que FHC fez em 1998, ganhando a reeleição no primeiro turno, Lula terá de suar a camisa. É nitidamente insuficiente colocar Romero Jucá na Previdência e Paulo Bernardo no Planejamento.

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