- 19 de novembro de 2024
Folha de S. Paulo Empossado ontem no Ministério da Previdência Social, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), 50, disse que sua prioridade na pasta será combater fraudes e sonegação e ampliar a base de arrecadação, incluindo segmentos que estão fora do sistema. O senador disse que outro desafio é o de melhorar o atendimento ao público e que vai "aprimorar o trabalho" de seu antecessor, Amir Lando (PMDB-RO). Jucá ainda refutou as acusações contra ele de desvio de verba pública e de ter sido sócio de uma empresa que possui dívida com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). "Isso não afeta minha autoridade para ser ministro nem para ser senador", disse ele. Folha - O principal déficit público é gerado pela Previdência Social. O sr. pretende fazer mudanças na gestão da pasta? Romero Jucá - Vou me inteirar do trabalho que o senador Amir Lando (PMDB-RO) estava fazendo e vou aprimorá-lo no que eu puder. Temos alguns desafios: melhoria do atendimento, combate à fraude e à sonegação e a ampliação da base de arrecadação, incluindo segmentos que estão fora da Previdência. Folha - A Câmara dos Deputados aprovou alterações na chamada PEC paralela da reforma da Previdência, o que provocará impacto no caixa dos Estados. O sr. pretende conversar com os senadores para derrubar esses pontos? Jucá - Como o Senado é a casa da Federação, tenho certeza de que os senadores vão levar em conta a questão do equilíbrio fiscal dos Estados. Eu vou estar à disposição, mas é claro que essa matéria é estadual. Folha - A reforma ministerial demorou muito para começar? Jucá - Reforma ministerial nunca é fácil porque tem a costura do governo de coalizão, os vários segmentos partidários, então é um processo de macropolítica, trabalhoso. Folha - O sr. é acusado de ter sido sócio de uma empresa que tem dívida com a Previdência e há um processo tramitando no STF (Supremo Tribunal Federal) com a acusação de desvio de verba pública. Isso não afeta sua autoridade no ministério? Jucá - Eu saí dessa empresa [Frangonorte Indústria e Comércio Ltda.] há oito anos, portanto não tenho nenhuma responsabilidade. E não tem nada contra mim no processo [do STF]. Já pedi que a PF se manifeste, e ela não se manifestou ainda porque o processo está correndo sob sigilo. Isso não afeta minha autoridade para ser ministro nem para ser senador.