- 19 de novembro de 2024
Edersen Lima Uma pergunta: Por que as terras que pertencem a Roraima não são transferidas pela União? Ontem, o presidente do Incra, Rolf Hackbart, foi enfático ao afirmar que o estado pode tirar o cavalinho da chuva que as terras que pertenciam ao ex-território não serão repassadas. E pronto. Hackbart está na dele, fazendo o seu papel, se lixando para Roraima. Quem precisa tomar uma posição são os representantes do estado no Congresso Nacional com relação ao fato. Nesse mister, cabe bem aos senadores que constitucionalmente atuam em defesa dos interesses do estado, responder a pergunta acima. Historicamente, os senadores de Roraima sempre beijaram a mão do governo federal. Assim foi com Collor, Itamar, FHC e agora, com Lula. É claro que alguma coisa fizeram. Mas não definiram a questão fundiária. Falta de prestígio? Não pode ser. Durante o governo de Fernando Henrique, Romero Jucá revezava as honras de líder no Senado. O mesmo papel, até com mais prestígio, desempenha hoje no governo de Lula, tanto que da confusa reforma ministerial, o único nome confirmado para ocupar assento na esplanada dos Ministérios, é o seu. Romero Jucá tem 10 anos de senador por Roraima. E mesmo assim, as terras não são transferidas para o estado. Daí, a impressão de vazio, que de definitivo, de lucrativo realmente para Roraima pouca coisa foi feita. De que valeu e vale o blablablá, por exemplo, um se mostrar contra o excesso de medidas provisórias; outro propor redivisão territorial com criação de novos estados, e outro bater no peito que é o político que mais recursos libera para Boa Vista, se a base para o desenvolvimento do estado que é direito à terra legalizada não existe? É duro, mas a verdade é que Roraima não tem no Congresso um político dedicado à questão fundiária? Aqui em Brasília, acordos e parcerias funcionam bem quando há pressão para que ocorram, como está fazendo o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, em defesa de um ministério forte para o seu partido, o PP. Daí, que, se o eleitor cumprisse a sua parte de exigir de quem elegeu a contra-partida do tipo, transferência das terras para domínio do estado ou nada de reeleição, a pergunta feita no primeiro parágrafo desde pobre texto, seria outra. Quem duvida?