- 07 de novembro de 2024
Extração de madeira contata índio
Um grupo de índios isolados altamente vulneráveis na Amazônia brasileira fez contato com uma comunidade indígena assentada, perto da fronteira com o Peru.
A notícia vem poucos dias depois de que a FUNAI (Fundação Nacional do Índio) e Survival International, o movimento global pelos direitos dos povos indígenas, alertaram para o grave risco de um incidente desse tipo, dado o fracasso das autoridades peruanas para parar a exploração ilegal e desenfreada de madeira em seu lado da fronteira.
Recentemente os índios tinham se aproximado cada vez mais da aldeia dos índios Ashaninka que vivem perto do rio Envira.
Terça-feira saiu a notícia da remota região de que no domingo, os índios haviam feito contato com os Ashaninka, que tinham alertado sobre a sua presença durante várias semanas.
Uma equipe especializada da FUNAI está na área para fornecer ajuda para o grupo recém-contatado, e uma equipe médica foi enviada para tratar possíveis epidemias de doenças respiratórias comuns e outras doenças para as quais índios isolados não têm imunidade.
Nixiwaka Yawanawá, um índio do estado do Acre no Brasil que se juntou à Survival para falar sobre os direitos indígenas, disse: “Eu sou da mesma região desses índios isolados. É muito preocupante que meus parentes estão em risco de desaparecer. Isso mostra a injustiça que enfrentamos hoje. Eles são ainda mais vulneráveis, porque eles não podem se comunicar com as autoridades. Ambos os governos devem agir agora para protegê-los e impedir um desastre contra os meus parentes.”
O diretor da Survival, Stephen Corry, disse hoje: “Tanto o Peru como o Brasil garantiram que iam parar a exploração madeireira ilegal e o tráfico de drogas que estão empurrando índios isolados para novas áreas. Eles fracassaram. Os traficantes até ocuparam um posto de guarda do governo destinado a monitorá-los. Os índios isolados agora enfrentam o mesmo risco genocida de doenças e da violência que caracterizou a invasão e ocupação das Américas durante os últimos cinco séculos. Ninguém tem o direito de destruir esses índios.”