Invasão/Índios

Ministério da Saúde cede a índios e afasta funcionária em Boa Vista.

Por Edersen Lima,
03 de janeiro de 2014
em Opinião Formada

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Yanomami têm acordo com MS

Após mais de três horas de reunião, o Ministério da Saúde concordou nesta sexta-feira (3) em exonerar a coordenadora do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) Yanomani, Joana Claudete Schuertz. Desde o último dia 30, índios ianomâmis invadiram a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) em Boa Vista (RR) para exigir a saída da servidora do cargo.

A invasão, porém, só deverá terminar neste sábado (4), segundo Junior Yanomami, um dos líderes do grupo. Mais de 50 indígenas ainda permanecem no local.

"Recebemos um comprovante, uma garantia do Ministério da Saúde de que ela vai ser exonerada. Fomos informados que a exoneração será publicada na segunda-feira [6]. Vamos nos preparar hoje [3] para deixar o prédio amanhã [4]", afirmou.

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Uma funcionária assumirá interinamente a função até que o novo responsável seja nomeado. Os índios indicaram João Catalano, coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami Ye'kuana, ligada à Funai (Fundação Nacional do Índio), para assumir o posto. Os ianomâmi reclamam da falta de medicamentos e materiais básicos.

"Há dois anos a gente vem reclamando, e o governo vem prometendo que vai resolver. Os ianomâmis perderam a paciência, crianças estão morrendo de diarreia e verminose por falta de medicamentos básicos", disse Junior Yanomami.

Durante a invasão ao local, filmada pelos próprios índios, Claudete Schuertz foi obrigada a assinar uma carta onde manifestava a intenção de deixar o cargo, enviada ao ministério. A funcionária também foi pintada, segundo os indígenas, de maneira a caracterizá-la como pessoa rejeitada pela etnia. Os índios portavam arcos, flechas e lanças de madeira.

O Dsei Yanomami fica entre os Estados de Roraima e Amazonas e atende a uma população de aproximadamente 20 mil indígenas, a maioria da etnia ianomâni. São, ao todo, 275 aldeias de cinco etnias diferentes, concentrando mais de 4.000 famílias indígenas.