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Índios x Brancos

CNA atribui conflito entre brancos e índios no Amazonas à omissão de autoridades.


Conflito no Am sob controle
 
BRASÍLIA - A Confederação da Agricultura (CNA) divulgou neste sábado nota em que registra preocupação com o conflito entre índios e não índios no município de Humaitá, no Amazonas, e cobra providências para que seja descoberto o paradeiro de três pessoas que estão desaparecidas desde o dia 16 de dezembro. A Polícia Federal de Rondônia, responsável pela área, informou neste sábado que já iniciou as buscas pelos desaparecidos.
 
- Pelo menos cem homens, entre soldados da Força Nacional, Polícia Federal e policiais militares estão no local. As buscas são chefiadas pelo delegado da PF Alexandre Alves - informou ao GLOBO o agente Mario Marcondes Filho, da Polícia Federal de Rondônia.
 
Moradores da cidade acreditam o professor da rede pública municipal Stef Pinheiro de Souza, o gerente da Eletrobrás Amazonas Energia em Santo Antônio do Matupi, Aldeney Ribeiro Salvador, e o representante comercial Luciano da Conceição Ferreira Freire, tenham sido sequestrados por indígenas em uma rodovia da região. Em retaliação, um grupo de 300 pessoas invadiu a Reserva Indígena Tenharim, na tarde de sexta-feira, e causou destruição. Os índios negam o sequestro. O ingresso de não indígenas a esse tipo de reserva só pode ocorrer mediante autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai).
 
- A situação na Reserva Indígena já está normalizada - disse o agente da PF, Mario Marcondes.
 
Na nota, assinada pela presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), a entidade critica o tratamento dado pelo Ministério da Justiça e pela Funai aos conflitos entre índios e agricultores e cobra mudanças na condução da política indigenista.
 
“A omissão e os equívocos das autoridades é que têm fomentado o conflito de forma artificial e elevado a tensão a um grau inédito no país. A CNA adverte que a revolta que motivou quase duas mil pessoas a atearem fogo na sede da Funai em Humaitá é mais uma prova irrefutável da necessidade de mudanças imediatas na condução da política indigenista, que envolve cidadãos brasileiros, índios e não índios, entre os quais um grande número de produtores rurais”, diz um trecho da nota da CNA.
 
Também em nota, a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas critica a omissão da Funai no conflito em Humaitá e exige “medidas urgentes e concretas na região para encontrar as pessoas desaparecidas”. A nota também critica a cobrança de pedágio, pelos índios, em trecho da rodovia Transamazônica, na área da reserva indígena.
“Historicamente, o povo do Sul do Amazonas tem sofrido com diversas ações punitivas, mas nunca se negou a respeitar às leis, agora queremos Justiça, porque não aceitamos a ausência de informações precisas das pessoas que foram retiradas do convívio de suas famílias”, diz um trecho da nota. 
 
“Outra questão que não aceitamos é a cobrança absurda e inadmissível de pedágio ilegal em um trecho da Transamazônica, na área da Reserva Indígena, que tem afrontado, humilhado e provocado insegurança às pessoas que trafegam nesse trecho da rodovia, em flagrante ato inconstitucional contrário ao direito de ir e vir dos brasileiros", insiste a nota da Federação da Agricultura do Estado do Amazonas.
 

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