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Intolerência à lactose

Estado investe mais de R$ 50 mil por mês para ajudar bebês.


Suplementos ajudam crianças
 
Para ajudar crianças alérgicas à proteína do leite de vaca, soropositivas e que têm intolerância à lactose, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) mantém a distribuição de dois tipos de leites especiais, o neocate infantil e neocate advance. Somente este ano, o programa entregou 1.947 latas de leite, sendo 1.133 neocate para crianças de zero a dose meses e 814 do advance, para crianças acima de um ano.
 
Atualmente, são cerca de 50 a 60 crianças cadastradas no programa de recebimento do leite especial. Cada lata de um neocate custa R$ 307,83 e do advance R$ 300,00. Ambos contém 400 gramas de leite em pó. Por ser um insumo caro no orçamento familiar, o estado tem ajudado desde 2012 - ano que início o programa – muitas famílias. O investimento do Estado ao longo deste ano foi de R$ 592.971,39, o que resulta um gasto mensal de R$ 53.906,49. Em novembro, por exemplo, a Sesau fez a dispensação de 103 latas do neocate infantil, o equivalente a R$ 31.706,49, enquanto o advance com 74 latas entregues no mesmo período, contabilizou R$ 22.200,00 para o Estado.
 
Um dos beneficiados é o pequeno Rafael Sampaio, de 11 meses, filho da dona Francisca Sampaio, que sofre de alergia a proteína do leite da vaca. Ela contou que recebeu no último mês oito latas de leite, mas acredita que no próximo mês irá aumentar. “Meu filho está tomando muito leite. Há nove meses que tenho recebido a ajuda do Estado e agradeço muito por isso. Caso contrário, teria que vender muita coisa de casa para conseguir comprar o leite do meu filho”, disse, relembrando casos de óbitos de crianças com problemas à lactose que não tiveram acesso ao neocate.
 
Francisca relatou que à época de completar dois meses de nascido, Rafael não comia e dormia direito, chorava muito, vomitava, além de está com baixo peso e o tamanho não estava adequado. “Quando mamava ele tinha diarreia constante e às vezes acompanhada com sangue. A pediatra testou várias possibilidades e descobriu que o problema era do leite. Tanto ele quanto eu, nesse período de amamentação, estamos juntos nessa dieta sem comer nenhum tipo de alimento que contenha leite”, disse.
 
A mãe comparou o seu filho hoje com o bebê de nove meses atrás. De acordo com ela, a diferença é grande, pois a crianças está mais esperta, gorda, saudável, não teve nenhuma diarreia e dorme melhor. “O leite salvou o meu filho e graças ao programa do estado. O tratamento é de um ano, logo depois a pediatra irá avaliar e testar como ele reage com outros tipos de leite”, complementou.
DIREITO AO PROGRAMA
 
Toda criança de zero a dez anos de idade, com problemas no consumo de leite e seus derivados, pode receber o leite especial fornecido pelo Estado. De acordo com Débora Vieira, coordenadora geral de Urgência e Emergência (CGUE), a mãe precisa levar o filho a um nutricionista para passar por avaliação. “Os profissionais atendem em todas as unidades básicas de saúde e Cenutri, bem como hospitais e maternidade”, disse.
 
Com a detecção da doença, o nutricionista indica o tipo de leite e emite o laudo com a quantidade necessária de latas de leite para o bebê, por mês. A partir disso, a mãe procura a direção-geral de Unidade de Saúde, setor na Sesau, com o laudo em mãos, para pegar a autorização do Estado. A entrega é feita na Coordenação-Geral de Assistência Farmacêutica (CEGAF). “Todo mês a mãe precisa cumprir esses passos, para receber os insumos. Têm mães que levam de dez a doze latas, mês”, diz Débora.

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