Engenheiros homenageiam Jucá
S.Paulo – Em sua terceira edição, foi entregue ao encerramento do 2º Encontro Nacional da CNTU – Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados , no dia 6 de dezembro, o prêmio Personalidade Profissional 2013. À abertura da cerimônia, Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente da CNTU, agradeceu a cada um dos agraciados “pelos serviços prestados à nação”, destacando o orgulho da entidade em homenageá-los.
Receberam o prêmio Personalidade 2013, Antônio Corrêa de Lacerda (categoria Economia), Romero Jucá Filho (Engenharia), Maria do Socorro C. Ferreira (Farmácia), Paulo Roberto Davim (Medicina), Élido Bonomo (Nutrição), Maria Helena Machado de Souza (Odontologia) e Rosa Maria Cardoso da Cunha (Excelência na gestão pública).
O senador Romero Jucá Filho (PMDB-RR), vice-presidente do Senado, destacou o motivo que teria levado à indicação de seu nome para a homenagem. “Sou relator do projeto de lei que institui a carreira de Estado para engenheiros e arquitetos e vou lutar por isso.” Ele assumiu o compromisso de não apenas batalhar pela sua aprovação, mas a que a proposta se estenda também a outros setores universitários da administração pública. “Entre os servidores públicos, a maioria das categorias tem salário base baixo. A remuneração é injusta e é fundamental o incentivo. O comprometimento do servidor é o que a sociedade precisa.
O professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Antônio Corrêa de Lacerda afirmou sua satisfação em ser reconhecido pela atuação como economista pelos seus pares. E frisou: “Hoje, há disseminação grande de informações da área, mas enviesada, com a predominância de temas de curto prazo. As finanças tomaram conta, quando a função precípua da economia é desenvolver o bem-estar da população. O mercado financeiro não pode se sobrepor aos interesses nacionais.”
Representada na ocasião por Ulisses Nogueira, a professora da Universidade Federal do Piauí (UFPI) Maria do Socorro Ferreira, que se encontrava hospitalizada após ter submetida a uma cirurgia, enviou mensagem de agradecimento. Mencionando a honra com a indicação na categoria Farmácia, ela destacou a disposição de continuar a contribuir para “um mundo mais justo, humano e com qualidade de vida para todos os brasileiros”.
Ressaltando a importância do médico como vetor de transformação social, o senador Paulo Roberto Davim (PV-RN) ofereceu o prêmio a todos os seus colegas, declarando que se manterá na trincheira para aprimorar a saúde em âmbito nacional. Assim, manifestou o senso de responsabilidade para com um País melhor e mais inclusivo.
Professora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Maria Helena Machado de Souza avalia que é preciso uma mudança radical para tanto. Creditando o prêmio a sua contribuição na gestão pública da saúde junto ao ministério responsável pela área, ela afirmou que não conseguiu realizar a transformação necessária. “O grande problema do SUS (Sistema Único de Saúde) é a baixa remuneração e valorização do trabalhador.”
A importância da ação conjunta à sua indicação foi reconhecida por Élido Bonomo, que levantou um dos graves problemas a serem superados: o de o Brasil ser hoje o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Além disso, somam-se às preocupações o fato de a nação estar consumindo e produzindo cada vez mais transgênicos, sem qualquer controle, bem como a questão da rotulagem de alimentos e propaganda destinada ao público infantil. “Temos algumas agendas comuns para pensar este país. E a carreira de Estado é fundamental para todos.”
Integrante da Comissão Nacional da Verdade, Rosa Maria Cardoso da Cunha foi a última a ser laureada e falou sobre o trabalho junto a esse fórum, que lhe garantiu o prêmio: “Temos feito um esforço grande em adotar as decisões políticas mais justas e adequar a comissão às experiências de direitos humanos internacionais. A justiça e política de transição feita pelos países em que houve períodos de violência é o caminho mais curto para uma democracia mais larga e sua estabilização. A comissão é parte dessa engrenagem. Inclui políticas de memória, de reparação e justiça.”
Além de dar voz às vítimas, desnudar a verdade sobre o que ocorreu durante a ditadura militar no Brasil, conforme Cunha, deve incluir a denúncia da cumplicidade civil de empresários para a manutenção do regime de exceção. “Se não houvesse esse apoio, não teria durado tanto.” A partir desse trabalho, deve se garantir que não fiquem impunes os que cometeram crimes de lesa-humanidade.