Wapixanas mostram a Damorida
A comunidade indígena da Malacacheta, na região da Serra da Lua no município do Cantá, realiza no período de 07 a 09 de novembro o 8º Festival da Damorida. Distante apenas 36 km da capital Boa Vista, o evento é aberto a todos que desejam conhecer um pouco mais da cultura e da tradição da etnia wapixana.
A damorida, que dá nome ao festival, é um prato indígena semelhante a um caldo apimentado de carne ou peixe feito com a folha da macaxeira e uma variedade de pimenta, bastante apreciado pelos índios.
Durante os três dias de festival, além da damorida estarão disponíveis para degustação outros elementos da gastronomia indígena como o beju, suco de buriti e o caxiri. O artesanato confeccionado na comunidade como as panelas de barro, artefatos feito de balatas entre outros, também estará à venda.
O governador José de Anchieta lembrou que a comunidade da Malacacheta é secular e mesmo próxima a capital, faz questão de manter suas origens. “Esse festival é apenas mais uma demonstração que eles procuram a manutenção dos elementos da sua cultura, mesmo com processo de integração da comunidade”, disse ao citar as obras do Governo de Roraima que beneficiam a região como a chegada da energia 24 horas, a manutençãopela Secretaria Estadual de Educação e Desporto da escola estadual Sizenando Diniz que atende alunos dos ensinos fundamental ao médio e a recuperação da estrada que dá acesso a comunidade.
Segundo o tuxaua da Malacacheta, Vanderlei da Silva, esta conta atualmente com 1.250 índios e a intenção do Festival é apresentar a rotina da comunidade. “A intenção é preservar a cultura e mostrar para a juventude que esse trabalho já vem de geração em geração, inclusive na programação teremos competições indígenas como o arco e flecha, comer a damorida mais ardosa, ralar mandioca e carregar tora”.
Um grupo de alunos do 1º ano do ensino médio da escola Objetivo aproveitou o evento para desenvolver um projeto sobre as tribos indígenas de Roraima para disciplina de história. Para a aluna LucePerrin, de 15 anos, o contato com índios proporcionou uma melhor observação da realidade. “Vimos que eles ainda preservam muitos elementos da sua cultura, como por exemplo, o parto aqui é feito por parteiras que usam ervas que elas mesmas buscam na floresta”, destacou.