História da medicina de RR
Os profissionais recém-chegados do Programa Mais Médicos que vão atuar em Boa Vista iniciam os atendimentos na próxima semana. A partir de segunda-feira (04), os médicos vão dar início às atividades nas Unidades Básicas de Saúde dos bairros Senador Hélio Campos, Cauamé, Alvorada, Caranã, Santa Tereza, Jardim Primavera, Cinturão Verde, Silvio Leite e Jardim Equatorial.
Durante esta semana, os participantes do programa estão cumprindo uma agenda com diversas atividades para colocá-los a par dos serviços oferecidos e da estrutura da saúde pública no estado.
Amanhã, quinta-feira, 31, os médicos vão receber dados sobre a política de atenção aos povos indígenas e funcionamento dos serviços. Nesta quarta-feira (30) foram apresentadas as Redes de Atenção a Saúde no Estado, como a Rede Cegonha, Rede de Urgências e Emergências, Rede de Atenção Psicossocial, além de informações sobre a rede farmacêutica no SUS.
O médico cubano, Giani Leopoldo Leon Gonzales, 37 anos, afirma com otimismo que deseja fazer um pouco de história na medicina de Roraima. “O programa Mais médicos foi criado para atender a grande demanda deste país, e para mim será uma experiência muito especial. Eu já trabalhei na Indonésia e na Venezuela e tinha o desejo de trabalhar no Brasil também”, revela.
Gonzales possui 13 anos de formação, é especialista nas áreas de atenção básica e de urgências e emergências, e disse que uma peculiaridade da medicina em Cuba é o alto conhecimento dos profissionais sobre atenção básica de saúde. “Creio que podemos realizar um bom trabalho com a população brasileira, a fim de auxiliar a diminuir a incidência de doenças”, comenta.
O médico conta que chegou em Brasília com os demais profissionais, e todos tiveram 21 dias de preparação, bem como aulas de língua portuguesa, sobre o SUS, principais doenças crônicas e infectocontagiosas. “Em Cuba existem poucos casos de leishmaniose e hanseníase, mas com o treinamento ficamos aptos a tratar estas doenças”, declara.
O médico irá atender na unidade do bairro Jardim Primavera e afirma que está ansioso para começar o trabalho. “Nós temos sim o incentivo financeiro para fazer parte dos Mais Médicos, mas principalmente existe amor à profissão, vontade de se engajar em um novo projeto e, sobretudo, aumentar a experiência profissional em um país grande e com tanta miscigenação como o Brasil”, diz com satisfação.
De acordo com Namis Levino, apoiador interfederativo do Ministério da Saúde em Roraima, os médicos que irão para os demais municípios também devem começar os atendimentos em breve. “Assim que eles se organizarem, conseguindo moradia e se instalar nos municípios, já dão início às atividades”, afirma. Também segundo Levino, mais seis médicos estão passando por trâmites documentais e devem chegar em Roraima até final de novembro.
MAIS MÉDICOS
Criado pelo governo federal, o programa pretende levar mais médicos para as regiões onde há escassez e ausência de profissionais, com a convocação de médicos para atuar na atenção básica de municípios com maior vulnerabilidade e nos Distritos Sanitários Indígenas (DSEIs).