Crianças indígenas estão morrendo de fome. Elas vivem um triste e penoso processo em que a vida não lhe é permitida. Elas, bem pequenas, famintas vão desminlinguindo, vão defiando até que o grande espírito da mata, Tupã venha pessoalmente buscá-las. Nessa cena não existe lágrimas. É apenas mais um indiozinho que morre.

Por Marlen Lima Crianças indígenas estão morrendo de fome. Elas vivem um triste e penoso processo em que a vida não lhe é permitida. Elas, bem pequenas, famintas vão desminlinguindo, vão defiando até que o grande espírito da mata, Tupã venha pessoalmente buscá-las. Nessa cena não existe lágrimas. É apenas mais um indiozinho que morre. Os país desses indiozinhos não têm o que chorar, pois até fazem intimamente uma celebração por ainda estarem vivos. Morrer de fome é um forma dolorosa, o corpo vai ficando cada vez mais fraco e para os índios da região Sul do Mato Grosso o que vale é dar o que comer para os índios mais fortes, os adultos, os velhos. Aos curumis fracos, desnutridos, desprovidos de qualquer proteção, sequer a divina o destino deles está selado......é o vale eterno do reino Tupã. A cena pode parecer chocante. Muito para uns, nem tanto para outros. Estes mais insensíveis se parecendo, e muito, com a maioria dos políticos brasileiros. Digo isso porque se tem índio morrendo é porque o governo municipal, estadual e federal não estão agindo como deveriam. E o choque da notícia só está ganhando mídia porque afinal de contas, eles, os índios são os donos verdadeiros das terras. Mas mais do que isso no imaginário popular, e em especial da pobre elite brasileira, os índios são vistos sempre como guerreiros, valentes. Eles são impávidos e destemidos. Portanto, índios morrem em batalhas, lutas travadas especialmente, hoje, contra os brancos, contra os grileiros, e não mais contra eles mesmos (isso não existe mais, é coisa do passado). Daí, a mídia e sociedade estão horrorizados porque crianças indígenas estão morrendo. Estes que ainda nem alcançaram a altura de poder pegar num arco e flecha. Eles ainda precisam ser amamentados, mas logo cedo descobrem institivamente que o leite materno nem chega à boca, e se chega nem dura muito, logo seca, e eles percebem, ainda que anjos, que nem a isso têm direito. Aos curumins das aldeias de Amambai, Antonio João e Bororó, que faz parte da reserva de Dourados, Mato Grosso, a vida não lhe é permitida. DE QUEM É A CULPA Não é exagero culparmos os políticos. Pois quem é que cria as leis? Quem é que tem a responsabilidade de criar os devidos mecanismos para que todos, sem exceção, devam ter direito à vida com liberdade, segurança, saúde, alimentação, educação, moradia e respeito? São perguntas simples de responder. Mas vivemos um desrespeito humano muito grande. O que se vê na política nacional são partidos políticos cada vez mais se degladiando por uma fatia maior do poder. O PT está amarrado e se matando por pura vaidade, soberba e perdição. Lula foi eleito e representa a massa popular que tem a esperança de reais mudanças. Mas Lula vive o tormento de ver em notícias na mídia nacional o que já viveu na infância, portanto, ele já sentiu na pele o quanto vale um xibé, e isso deve doer muito para um homem marcado pelo Destino de estar aonda está, e de ser um presidente que veio do sei opopular, que nasceu numa região pobre, seca e que a falta de política é mera continuação do jogo do poder dos fortes contra os fracos. E Lula foi eleito pelos pobres como sendo o fraco que derrotou e derrotará os mais fortes, igualando as sociedades. Talvez um sonho, talvez a esperança! Mas o que Lula tem podido fazer? Ou por que Lula ainda não resolveu esse casos onde crianças morrem? Ou mais ainda, terá Lula condições de sozinho mudar o atual quadro político e social que vivemos? Certamente, acho que sim! Mas isso é caso de outro artigo. Crianças nesse enorme Brasil estão morrendo e é de fome e de doenças, isso quando conseguem chegar a um ano de vida, pois os números ainda são assustadores de crianças recem nascidas que morrem em dias, semanas de vida. E não interessa se é no Norte, Nordeste, ou Centro-Oeste, a verdade é que curumins, moleques, guris, crianças estão morrendo por pura inoperância dos políticos, insensíveis, egoístas e que agora só estão calculando o que vão fazer com o aumento salarial que São Severino vai lhes conceder. Afinal ele prometeu e vai cumprir. Fodam-se aqueles que dizem que são contra o aumento. Eles fazem jogo com a mídia, que fica a dever nesse caso, pois na verdade todos estão louco pelo aumento salarial e de suas verbas de gabinete. "Para mim tudo, para eles nada. O que vale é no meu pirão primeiro". Esses são certamente os ditados mais usados em prática pelos políticos brasileiros. Sejam eles de regiões abastadas como estados do Sul e do Sudeste ou pobres como estados do Nordeste e do Norte. Este que é uma região que em si é um mundo rico em toda sua plenitude, mas o que fazer se a Amazônia não é vista como merece? *Jornalista