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ANJ critica "indústria do dano moral"
Ao lançar a Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa, o presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais), Nelson Sirotsky, disse que a entidade "acompanha com apreensão o grande número de projetos no Congresso que podem interferir na liberdade de imprensa". Em evento na Folha, ontem, Sirotsky criticou "a verdadeira indústria do dano moral".

Ao lançar a Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa, o presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais), Nelson Sirotsky, disse que a entidade "acompanha com apreensão o grande número de projetos no Congresso que podem interferir na liberdade de imprensa". Em evento na Folha, ontem, Sirotsky criticou "a verdadeira indústria do dano moral". A rede tem o apoio da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Por meio do site www.liberdadedeimprensa.org.br, a ANJ pretende "sensibilizar a opinião pública para o exercício pleno da cidadania e do jornalismo sem nenhum tipo de entrave ou ameaça". O representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, disse que a liberdade de imprensa requer a democratização do acesso à informação. Andrew Radolf, conselheiro de Comunicação e Informação da Unesco para a América Latina, disse que a liberdade de imprensa só sobreviverá com sólido apoio do público. O secretário estadual de Comunicação, Roger Ferreira, representou o governador Geraldo Alckmin. Em painel sobre o tema "Direito à Informação x Privacidade", o advogado e ex-secretário de Justiça do Estado de São Paulo Manuel Alceu Affonso Ferreira (91-93) citou o conflito permanente entre esses dois princípios e disse que "é indispensável um juízo de ponderação". "É preciso que haja, entre a zona de privacidade violada e aquilo que a notícia traduz, uma correlação de interesse público". Carlos Alberto Di Franco, diretor de Mestrado em Jornalismo da Faculdade de Ciências da Informação da Universidade de Navarra, disse que "o direito à privacidade não pode ser um escudo protetor, sobretudo para a figura pública." "O direito à informação pode supor uma legítima invasão da privacidade, mas a informação jamais poderá estar a serviço do escândalo e da fofoca". Para o ex-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, Cláudio Baldino Maciel, não há liberdade absoluta, mas "em situações normais, deve preponderar o princípio da liberdade de imprensa". Marcos Augusto Gonçalves, editor de Opinião da Folha e diretor do Comitê de Liberdade de Expressão da ANJ, destacou a preocupação de Maciel em relação a dois artigos do novo Código Civil que podem, segundo o desembargador, "fazer escorregar a balança para o direito à intimidade e à privacidade".
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