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Senso Crítico - Abaixo o Big Brother macuxi!

Tenho certeza que o meu telefone celular e o de trabalho estão grampeados. Assim como estão os celulares de advogados, empresários, autoridades e políticos de Roraima. Se eu for na Polícia Federal vão negar tudo, é claro. Meus telefones foram grampeados por ordem judicial mas com o pedido de sigilo. Só não sei qual o meu crime. Mas sei quem está por trás disso e porque quer saber o que eu converso, com quem converso e se ando na linha, como um trem.

Edersen Lima, Editor Brasília - Tenho certeza que o meu telefone celular e o de trabalho estão grampeados. Assim como estão os celulares de advogados, empresários, autoridades e políticos de Roraima. Se eu for na Polícia Federal vão negar tudo, é claro. Meus telefones foram grampeados por ordem judicial mas com o pedido de sigilo. Só não sei qual o meu crime. Mas sei quem está por trás disso e porque quer saber o que eu converso, com quem converso e se ando na linha, como um trem. No fim do ano passado, policiais federais fartos com o exagero de mandados de escutas telefônicas espalhadas pelo país encaminharam ao ministro da Justiça e ao presidente do STJ suas preocupações com o volume de grampos que já estaria comprometendo seus trabalhos. O motivo real da bronca é que a cada escuta, descobre-se que os verdadeiros interesses da arapongagem são pessoais. Tem delegado, político, magistrado que têm diferenças com os grampeados. Olha aí o sistema público sendo prevaricado. Quantos políticos, juizes, empresários e advogados em Roraima conversam livremente sem preocupações em seus celulares? Tenho um amigo advogado que chega a ser até grosseiro quando o assunto toma certas direções. Os assessores mais próximos da prefeita Teresa Jucá, por exemplo, praticamente só se comunicam através de mensagens telefônicas que é mais difícil de copiar. E por que isso acontece? Por que os meus telefones e os de tanta gente estão grampeados? Quais argumentos usados para que esse tipo de operação seja efetuada? São tantos suspeitos e criminosos assim no estado? É claro que pode haver as escutas clandestinas. Mas são poucos os conhecedores dessa artimanha soltos no mercado de trabalho. Sei que não adianta, mas vou até a PF saber porque me grampearam. Que perigo represento para a sociedade? Que mal tenho feito aos meus semelhantes? Que direito lhes dei para invadir a minha privacidade? Aconselho você, amigo leitor, que também desconfia de que está sendo vigiado a fazer o mesmo. Com tanta coisa séria e importante para se fazer, quem sabe isso não cause constrangimento e vergonha para quem impõe um servidor público a passar horas e dias, no meu caso, escutando abobrinhas. Abaixo o Big Brother macuxi!
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