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Mais um parquedista para Roraima?
Os rumores de uma candidatura do ex-presidente José Sarney, hoje senador pelo Amapá, ao senado Federal por Roraima aumentaram esta semana em Brasília, e anunciam a idéia de o eleitorado roraimense ser açoitado por mais um pára-quedista nas eleições de 2006.

Por Manoel Lima Os rumores de uma candidatura do ex-presidente José Sarney, hoje senador pelo Amapá, ao senado Federal por Roraima aumentaram esta semana em Brasília, e anunciam a idéia de o eleitorado roraimense ser açoitado por mais um pára-quedista nas eleições de 2006. Roraima, apesar de estado novo - tem a mesma idade do Amapá - e sem uma economia consistente para suportar os investimentos que a sua população exige, não pode e não deve aceitar mais esse jogo político, que certamente, segundo esses rumores, estaria sendo engendrado por ninguém mais do que o senador Romero Jucá. Roraima precisa refugar esse jogo sujo, de alguém querer ser dono do destino de sua gente, como se o Estado fosse seu, e suas vontades políticas pudessem ser ditas e aceitas por todos que nasceram ou para a região foram movidos por sentimentos de crescer econômica e socialmente. Não! Chega de páraquedismos. Chega de tutela política! Alguns defensores da candidatura de Sarney por Roraima acreditam ser o ex-presidente um representante do Estado à altura das necessidades locais, com poderes para arranjar dinheiro e outras benesses para o novo estado. É verdade que Sarney, num primeiro momento, foi bom para o Amapá. Ele conseguiu praticamente tudo para o estado que o acolheu em 90, quando ninguém o queria, inclusive Roraima. Naquela época, Sarney andou por Boa Vista tentando uma legenda, mas foi rechaçado por ninguém menos do que Romero Jucá. Lembram? No entanto, os tempos mudaram de 90 para cá. Sarney caiu em desgraça no Amapá, onde é acossado pelas lideranças políticas locais. Contra ele, estão o hoje senador João Capiberibe e sua mulher Janete, deputada federal, mas que tiveram os mandatos cassados pelo TSE, e só não deixaram os cargos porque o Supremo Tribunal Federal lhes concedeu uma liminar para continuarem senador e deputada até o julgamento do mérito da cassação. O governador Walder Góes não está bem politicamente para apoiar a reeleição de Sarney. Depois da cassação dos Capiberibe, Sarney voltou a Macapá e foi vaiado numa solenidade. Agora, Sarney vive seu inferno astral no Maranhão por conta da briga sua e de sua filha Roseane, também senadora, com o governador José Reinaldo Tavares. Nas eleições de 2004, Sarney perdeu nos seus redutos eleitorais, inclusive no município que leva o seu nome, José Ribamar. Sua situação política na terra natal não indica coisa boa para o seu futuro político. No Amapá, pior ainda. Resta então Roraima? Não, seu Sarney. Roraima tem homens públicos que podem representá-lo com dignidade no Senado Federal. Em 2006, o senador Mozarildo Cavalcanti tentará a reeleição. Natural é a sua candidatura a um novo mandato. E é chegada a hora de a gente roraimense entender ser de bom senso a eleição de um filho da terra, sem medo de ser feliz, ao invés de eleger um pára-quedista, um forasteiro qualquer, certo de que Roraima é uma terra de muro baixo? Não e não! E isso vale para outros.
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