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CÂMARA dos deputados - Aumento salarial e mais verbas
Os deputados recebem hoje R$ 12.720 e querem salários iguais ao de ministro do STF, que ganha R$ 19.115. Também reclamam um aumento das verbas de gabinete de R$ 35 mil para R$ 45 mil - dinheiro para reembolso das despesas que têm com os escritórios mantidos nos seus respectivos estados. Greenhalgh promete encaminhar os dois assuntos à votação no plenário se for eleito.

Luiz Carlos Azedo Da equipe do Correio O candidato oficial do PT à presidência da Câmara dos Deputados, Luiz Eduardo Greenhalgh, viaja hoje para Vitória, no Espírito Santo, para um jantar com os dez deputados da bancada capixaba. Espera receber o reforço do governador Paulo Hartung (sem partido) e do prefeito da cidade, João Coser (PT), para conquistar os votos do estado. No encontro, vai falar o que seus concorrentes não têm coragem de dizer: pretende equiparar os salários dos deputados ao de ministro do STF; de quebra, aumentar as verbas de gabinete. 'É melhor enfrentar os dois assuntos com transparência, com debate público, e deixar ao plenário da Câmara a decisão final', sustenta. Mesmo sabendo que o assunto é antipático para a opinião pública, Greenhalgh não tem medo de enfrentar o problema. 'É constitucional, legal, justo', argumenta. O aumento é um abacaxi deixado para o seu sucessor pelo atual presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha, que encerrará o mandato no próximo dia 14 de fevereiro. Quem ganhar a eleição de algum modo terá que descascá-lo. Os deputados recebem hoje R$ 12.720 e querem salários iguais ao de ministro do STF, que ganha R$ 19.115. Também reclamam um aumento das verbas de gabinete de R$ 35 mil para R$ 45 mil - dinheiro para reembolso das despesas que têm com os escritórios mantidos nos seus respectivos estados. Greenhalgh promete encaminhar os dois assuntos à votação no plenário se for eleito. Graças a isso, vem conseguindo apoios entre os deputados do 'baixo clero', uma legião de parlamentares desconhecidos que escolhe o presidente da Casa quando os partidos não chegam a um consenso. A nova estratégia vem dando certo na disputa contra seus concorrentes, os deputados Virgílio Guimarães (PT-MG), José Carlos Aleluia (PFL-BA), Severino Cavalcanti (PP-PE) e Jair Bolsonaro (PFL-RJ), todos candidatos avulsos. É um assunto obrigatório nas reuniões do candidato oficial do PT com os demais deputados. Quem faz contraponto com Greenhalgh nesse tema é o deputado baiano José Carlos Aleluia (PFL): 'Essa discussão amesquinha o debate e desmoraliza o parlamento. O que está em jogo é a independência da Câmara e a discussão de soluções para os problemas do país', dispara. Maratona A eleição parece longe demais para o deputado Virgílio Guimarães, que iniciou a campanha em ampla vantagem, mas para Greenhalgh é uma corrida contra o relógio. O candidato oficial do PT recebeu o apoio da maioria dos líderes de bancada e dos presidentes dos partidos, inclusive da oposição. Conta com a solidariedade de Lula e de todos os seus ministros, mesmo os mineiros. Mas ainda é um estranho para a maioria dos deputados. Para conversar com os colegas, está sendo obrigado a fazer uma maratona pelos estados. O encontro de hoje, em Vitória, está sendo organizado por um dos líderes da base aliada: o deputado Renato Casagrande (PSB). Espera-se a presença de todos os deputados capixabas. Greenhalgh já esteve em Sergipe, Piauí, Ceará, Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Pretende marcar uma reunião em Belém e outra em Manaus, antes do carnaval, e visitar os estados da Bahia, Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Além disso, vai marcar reuniões no Rio e em São Paulo. Com o novo discurso e muita conversa, pretende conquistar o afeto de cada deputado.
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