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OPINIÃO E DEBATE - O X da Questão

A expressão é usual quando se trata de opinião sobre determinados assuntos, principalmente, aqueles polêmicos, que geram discussões até acirradas. "O X da Questão", é a mais nova área de opinião e de debate do Fontebrasil. Semanalmente, o poeta Eliakin Rufino e o escritor Aroldo Pinheiro vão expressar seus pensamentos sobre assuntos variados, que estejam no centro de discussões ou com propósitos de gerar discussões. Como o clima de fim de ano "força" um balanço do que foi 2004, o primeiro "X da Questão" aborda como Aroldo e Eliakin analisam o saldo de 2003 e o que pode-se esperar em termos de incentivos à cultura - área que os dois atuam - para o próximo ano.

Brasília - A expressão é usual quando se trata de opinião sobre determinados assuntos, principalmente, aqueles polêmicos, que geram discussões até acirradas. "O X da Questão", é a mais nova área de opinião e de debate do Fontebrasil. Semanalmente, o poeta Eliakin Rufino e o escritor Aroldo Pinheiro vão expressar seus pensamentos sobre assuntos variados, que estejam no centro de discussões ou com propósitos de gerar discussões. Como o clima de fim de ano "força" um balanço do que foi 2004, o primeiro "X da Questão" aborda como Aroldo e Eliakin analisam o saldo de 2003 e o que pode-se esperar em termos de incentivos à cultura - área que os dois atuam - para o próximo ano. FONTEBRASIL:O que de bom o roraimense pode levar de 2004? ELIAKIN: A lição de Paulo Freire, de que não se deve descartar o velho por ser velho nem o novo por ser novo, mas aceitá-los na medida em que são válidos. AROLDO: O Brasil tem mudado. Quando você ouvia falar em cassação de políticos ou prisão de autoridades? A impunidade levava os poderosos a acreditar-se acima da lei; qualquer lei. Com os acontecimentos no cenário político nacional e, acentuadamente, no Estado de Roraima, punindo infratores e corruptos, sem preocupação com sua importância, nós, roraimenses, aprendemos que a justiça tarda, mas não falha. Melhores dias hão de vir para a nossa terra, pois o roubo e a corrupção hão de sumir e, conseqüentemente, nosso povo será melhor assistido. FB: Cabe no mesmo cesto de prioridades governamentais incluir maior investimento para o setor cultural? ELIAKIN: A cultura deve ser a coluna vertebral das políticas públicas. Cultura não é só entretenimento. Cultura é desenvolvimento. Investir na cultura é obrigação constitucional e o acesso aos bens culturais é condição de cidadania. Não podemos aceitar uma política cultural que se resume a promover três eventos no ano: O carnaval, o Arraial e o Natal. AROLDO: Claro. A cultura sempre foi relegada a segundo plano. Alguns programas de incentivo foram criados eleitoreiramente, sem que se colhessem resultados práticos. Não existe um povo sem a sua cultura. Esperamos que nossos governantes coloquem as pessoas certas nos lugares certos, valorizando, assim, os artistas locais. FB: Qual seria uma sugestão prática para o incremento da Cultura e das Artes em 2005 pelos governos municipal e estadual? ELIAKIN: Sugestão mais prática é que o município e o estado ouçam mais os produtores culturais. Gestão cultural é algo democrático e participativo. O município precisa de um Conselho de Cultura, de casas de cultura e cidadania; de um fundo investimento na cultura. O estado precisa sair da vergonhosa condição de não possuir uma secretaria ou fundação cultural. Enquanto o Departamento de Cultura for apenas um apêndice da Seduc não vamos a lugar nenhum. É preciso uma política cultural para todo o estado de Roraima. Hoje a administração cultural do estado mal consegue manter em funcionamento uma única biblioteca, um único teatro, uma única escola de música na cidade Boa Vista. AROLDO: Não são necessários novos programas de incentivo; se desengavetarem os que já existem e, valorizarem nossos artistas - que sempre foram esquecidos - os governos já estariam dando uma grande contribuição à cultura e às artes de nosso Estado.
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