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PESQUISA - Divórcios e separações aumentam no país
Os brasileiros estão casando mais tarde e se separando ou se divorciando mais. O número de divórcios cresceu 46% nos últimos dez anos, passando de 95 mil em 1993 para 139 mil em 2003. Houve também crescimento de 18% no número de separações judiciais: de 88 mil para 103 mil.

ANTÔNIO GÓIS Folha de S. Paulo Os brasileiros estão casando mais tarde e se separando ou se divorciando mais. O número de divórcios cresceu 46% nos últimos dez anos, passando de 95 mil em 1993 para 139 mil em 2003. Houve também crescimento de 18% no número de separações judiciais: de 88 mil para 103 mil. Na comparação de 2003 com 2002, o número de divórcios cresceu 7,3%, e o de separações, 3,4%. Os números são das estatísticas do Registro Civil de 2003, divulgadas ontem pelo IBGE. Entre o ano passado e 1993, a idade média ao casar passou de 27,1 para 30,6 anos no caso de homens e de 24 para 27,2 entre as mulheres. Em 2003, a idade média de separação foi de 37,9 para homens e de 35,2 para mulheres. No caso do divórcio, foi de 41,6 para homens e de 39 para mulheres. A separação é o fim da união matrimonial e o primeiro passo legal para o divórcio, quando marido e mulher passam a ter o direito de se casar novamente. O número de casamentos ficou praticamente estável no período: de 747 mil em 1993 para 749 mil em 2003. Mas, como a população aumentou, a taxa de nupcialidade (número de casamentos por 1.000 pessoas com mais de 15 anos) caiu de 7,2 para 5,9. Essa taxa, porém, já foi menor em 2001 (5,7). O aumento nos divórcios é explicado, em parte, por uma mudança legal. Desde 1988, a Constituição permite o divórcio sem que o casal tenha se separado legalmente -basta comprovar que os dois não vivem juntos há pelo menos dois anos. Iniciativa A pesquisa mostra que a maioria das separações (78%) ou divórcios (69%) são consensuais. Quando não é consensual, o pedido de separação, na maioria das vezes (72%), parte da mulher. No caso do divórcio, essa situação é mais equilibrada: em 47% dos casos, o pedido é dos homens, e em 53%, das mulheres. Uma provável explicação para isso é que os homens se casam novamente mais do que as mulheres e, para legalizar um novo casamento, é necessário o divórcio. Outra característica analisada pela pesquisa é a proporção de mulheres com menos de 20 anos entre as que tiveram filhos. Em 1993, elas eram 17,3%. Em 2003, passaram a ser 20,8%. No entanto, desde 1997, quando a porcentagem foi de 20,4%, ela tem se mantido relativamente estável. A gravidez na adolescência parece maior do que realmente é quando se compara a proporção de mulheres que tiveram filhos antes de 20 anos com o total. Como diminuiu o número das que têm filhos após essa idade, é normal que a proporção de mães adolescentes cresça.
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