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Crônica do Aroldo - FELIZ NATAL, RIBAMAR!
Um amigo meu, empresário, separa um percentual de seu lucro líquido para, no final do ano, transformar em presentes e distribuir entre pessoas necessitadas. Necessitadas mesmo. Esse trabalho é feito anonimamente, sem alarde, há mais de duas décadas.

Um amigo meu, empresário, separa um percentual de seu lucro líquido para, no final do ano, transformar em presentes e distribuir entre pessoas necessitadas. Necessitadas mesmo. Esse trabalho é feito anonimamente, sem alarde, há mais de duas décadas. No mês de dezembro ele compra os presentes, empacota-os, escolhe o bairro a ser visitado - quanto mais pobre, melhor - acomoda os pacotes num caminhão e, sem avisar aos moradores, parte para a sua festa. Tenho certeza da felicidade que ele sente ao ver os olhos brilhantes naqueles corpinhos sujos, magros, sambudos e vestidos em trapos recebendo os seus presentes. Uma vez ajudei-o fisicamente nessa empreitada. Minha filha, à época com seis anos, auxiliou no empacotamento de brinquedos, biscoitos e bombons e participou da distribuição. Nos emocionamos ao ver aqueles pirralhos desprotegidos recebendo as surpresas ofertadas por um Papai Noel descompromissado com política, mídia, comércio ou seja lá o quê. Sinto enorme vontade de escrever aqui o nome desse Papai Noel, mas sabedor de sua forma de agir, tenho certeza de que ele não gostaria da citação nominal; Vou respeitá-lo. Quero, entretanto, dizer-lhe da minha admiração e inveja (inveja no bom sentido, é claro) pelo seu trabalho e desejar que seu natal seja muito feliz. ******** Sábado estive nos Correios e, enquanto esperava ser atendido, vi o anúncio "ADOTE UMA CRIANÇA NESSE NATAL"; já tinha visto alguma reportagem sobre o assunto. Dirigi-me à pessoa encarregada da campanha e resolvi adotar uma daquelas cartinhas pedindo presente de Papai Noel; uma senhora, ao meu lado, também, ofereceu-se para participar. Meu "adotado" queria uma bola de couro e um boneco; qualquer boneco. Na cartinha retirada por aquela senhora, estava escrito, em letras de quem mal sabe lidar com papel e caneta: "Querido Papai Noel Meu nome é Ribamar e tenho cinco anos Meu pai tá desempregado e minha mãe tá doente Queria ganhar de presente um frango assado e uma garrafa de Coca-Cola pra gente comer na noite de natal Te adoro Papai Noel. José de Ribamar" Sensibilizei-me com aquela cartinha simples, sincera e necessitada e conclamei amigos a participar da campanha. O número de adesões foi até razoável. Que tal se nós, que não podemos fazer igual a aquele empresário citado no início do texto, adotássemos uma ou mais crianças para presentear na passagem desta festa cristã? FELIZ NATAL A TODOS! FELIZ NATAL, RIBAMAR!
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