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Sem reeleição - Lula defende mandato de 6 anos

Próximo de concluir a primeira metade do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou nesta segunda-feira que uma eventual mudança na duração de seu mandato deve valer apenas para depois de 2010 e rechaçou a antecipação do debate eleitoral. Nos últimos dias, líderes do governo e do Congresso sugeriram que um mandato de seis anos seria melhor para o cargo de presidente da República.

BRASÍLIA (Reuters) - Próximo de concluir a primeira metade do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou nesta segunda-feira que uma eventual mudança na duração de seu mandato deve valer apenas para depois de 2010 e rechaçou a antecipação do debate eleitoral. Nos últimos dias, líderes do governo e do Congresso sugeriram que um mandato de seis anos seria melhor para o cargo de presidente da República. "O tempo a gente vai discutir na reforma política," disse Lula a jornalistas, acrescentando que essa não é uma discussão de curto prazo. "Eu sempre achei que o melhor para o Brasil é um mandato um pouco maior e sem reeleição," lembrou o presidente. Mas quando os jornalistas insistiram se esse mandato seria já a partir das próximas eleições, Lula respondeu: "Isso a partir de 2010." O presidente defendeu que o mandato de quatro anos, como ocorre hoje, "é insuficiente" para realizar os programas a que se propõe o governo. Os comentários foram feitos durante visita do presidente ao comitê de imprensa do Palácio do Planalto, que teve sua reforma concluída nesta segunda-feira. TEMPO DE COLHEITA Lula voltou a afirmar que não vai antecipar o debate das eleições presidenciais para o ano que vem, classificado por ele como o momento para "colher o que se plantou desde 2003". "Nós não temos o direito de transformar 2005, que é o ano da grande retomada do crescimento, da geração de emprego, da política de distribuição de renda, para discutir 2006. Seria um absurdo e uma irresponsabilidade", enfatizou. O presidente acrescentou, no entanto, que não vai se incomodar com a tentativa da oposição de trazer a discussão de sua eventual reeleição para o centro das discussões políticas do ano que vem. "Se a oposição quiser fazer, ela pode fazer, eu não vou reclamar", afirmou. Desde as eleições municipais, a temperatura política subiu, especialmente depois das críticas ao governo Lula feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Bastante otimista, Lula aproveitou para fazer um balanço de seu governo, classificando os resultados como "excepcionais". "Eu cada vez mais acredito que Deus é brasileiro porque terminamos 2004 de maneira excepcional... Chegamos numa situação muito confortável, com crescimento bom, geração de emprego, recuperação da massa salarial, um aumento real do salário mínimo de 9,3 por cento", afirmou. (Por Tiago Pariz)
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