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O pior do Brasil é o brasileiro - * J. R. Rodrigues
Veja essa reportagem da agência EFE, publicada em vários meios de comunicação do Brasil: "PARIS - O presidente da França, Jacques Chirac, inaugura nesta terça-feira, 14.12, o viaduto de Millau, a ponte mais alta do mundo, construído no centro da França para encurtar a distância a entre o Norte da Europa e o Mediterrâneo. Considerada uma obra de arte que mistura tecnologia e beleza estética, a ponte foi erguida em apenas três anos, mas após dez anos de estudos. Na próxima quinta-feira, ela será aberta ao tráfego de automóveis.

Veja essa reportagem da agência EFE, publicada em vários meios de comunicação do Brasil: "PARIS - O presidente da França, Jacques Chirac, inaugura nesta terça-feira, 14.12, o viaduto de Millau, a ponte mais alta do mundo, construído no centro da França para encurtar a distância a entre o Norte da Europa e o Mediterrâneo. Considerada uma obra de arte que mistura tecnologia e beleza estética, a ponte foi erguida em apenas três anos, mas após dez anos de estudos. Na próxima quinta-feira, ela será aberta ao tráfego de automóveis. Desenhada pelo arquiteto britânico Norman Foster, a ponte sobre o rio Tarn une as planícies de Rouge e Larzac, no centro de França. Sete pilares de concreto armado, o maior deles com 243 metros, e vigas de aço sustentam uma pista de concreto de cerca de 36 mil toneladas. Com 343 metros de altura, a ponte excede em 19 metros a altura da Torre Eiffel, que mede 324 metros, contando com a antena. Com uma forma elegante, que parece voar em meio às nuvens, a ponte pesa 290 mil toneladas, tem 2.460 metros de extensão e 32 metros largura e é o trecho que faltava para interligar a França à autopista A75, conhecida com "A Meridiana", para unir Paris e o Mediterrâneo. A ponte tem um papel econômico importante para o departamento de Aveyron, na região de Auvernia, e para a integração do mercado europeu. O viaduto também tem uma função geopolítica, já que oferecerá uma alternativa para o eixo do vale do Ródano, sempre saturado pelo tráfego do Norte para o Sul da Europa - principalmente no verão. Para cruzar o viaduto, os europeus terão que desembolsar 4,90 euros pelo pedágio de automóveis e 20 euros pelo de caminhões. A previsão dos arquitetos é a de que a ponte suportará ventos de até 250 quilômetros por hora. Ela será administrada pela empresa Eiffage, que se encarregou da construição e do financiamento da obra, avaliado em 400 milhões de euros. A empresa possui uma concessão de 75 anos para administrar a ponte. O governo francês gastou apenas 50 milhões de euros na obra." Agora analise comigo: A obra, se fosse feita no Brasil, custaria - em tese - R$ 1.082.552,77 (1 bilhão, 82 milhões, 552 mil e 77 centavos, em valores aproximados com o câmbio do dia 14.12.2004). Mas, se fosse feita realmente no Brasil? Algumas observações saltam aos olhos, o custo total da obra seria, no mínimo, três vezes maior, todos os custos seriam arcados pelos já combalidos cofres públicos e é claro, não estaria pronta em menos de 30 anos. Ocorre que a burocracia, corrupção, etc. não é problema só dos governos, no Brasil a sociedade, sobretudo os mais abastados, são os grandes culpados por que da mente deles é que saem as estratégias mirabolantes para desviar os recursos públicos para seus próprios bolsos e dos políticos. Na França, pelo contrário, dos 400 milhões de euros, apenas 50 milhões foi colocado pelo setor público, os 350 milhões restantes saíram do setor privado, de uma empresa que terá tempo suficiente para recuperar esse investimento. Aqui o Governo bancaria toda a construção e depois daria de graça para uma empresa, de preferência uma estrangeira explorar o pedágio, mais uma vez sacrificando o povo Brasileiro. Na França, o cidadão que pagar 4,90 euros pelo pedágio de automóveis e 20 euros pelo de caminhões, saberá que está devolvendo um recurso que saiu do setor privado e apenas uma pequena parcela é oriunda do setor público. Na França o setor privado é parceiro do Governo, aqui o Governo é pai e mãe das carcomidas e corruptas estruturas empresariais. Enquanto a nossa única preocupação for chamar os governos de corruptos, deixando o setor privado livre para as suas peripécias, o desenvolvimento será visto apenas em reportagens pela TV, que informam o crescimento de diversas economias mundiais, algumas sustentadas com o dinheiro roubado do Brasil e encaminhado para republiquetas na Europa, pequenas cidades dos Estados Unidos e até mesmo - pasmem - pequenos países da América do Sul como o Chile. Mudar um país não é mudar os governantes ou o partido, é - antes de tudo - mudar o cidadão, o jeito de exercer a cidadania. Enquanto não ocorrer a mudança interior, dentro de cada um de nós, vamos apenas nos maravilhar com as grandes conquistas da humanidade, só que em outras partes do planeta, nunca nesta bem aventurada terra de tão malfadada gente. O pior do Brasil é mesmo o brasileiro. Até quando?? * Jornalista/[email protected]
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