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SENSO CRÍTICO - Dinheiro gerado em Boa Vista é gasto em outras cidades
Pinta, sim, dinheiro no estado, cerca de R$ 6 milhões todos os meses que poderiam circular, porém não é visto e nem tocado porque esse volume não fica aqui. É dinheiro empregado no pagamento de prestação de serviços e fornecimentos para o governo do estado e, principalmente, para a Prefeitura de Boa Vista que sozinha é responsável por 70% do dinheiro gerado e que não fica no meio circulante da cidade.

Edersen Lima, Editor Brasília - O amigo leitor deste Fontebrasil já percebeu como é raro encontrar uma nota de cem reais em Roraima? Provavelmente, a maioria vai responder que nesses tempos bicudos que o estado atravessa, sem resultados - ainda - de qualquer política econômica já é difícil encontrar nota de cinqüenta reais quanto mais as de cem de reais! Engano. Não é pela crise causada pelo maior índice de desemprego da história de Roraima, nem pela falta da tão propalada política de geração de renda que quase ninguém vê uma notinha de cem reais circulando por aí. O problema, segundo um experiente funcionário do Banco do Brasil é muito simples e que exemplifica uma situação agravante e já denunciada em todos os quadrantes roraimenses. Pinta, sim, dinheiro no estado, cerca de R$ 6 milhões todos os meses que poderiam circular, porém não é visto e nem tocado porque esse volume não fica aqui. É dinheiro empregado no pagamento de prestação de serviços e fornecimentos para o governo do estado e, principalmente, para a Prefeitura de Boa Vista que sozinha é responsável por 70% do dinheiro gerado e que não fica no meio circulante da cidade. Ou seja, quando sai do caixa do banco para pagar os serviços e fornecimentos prestados vai direto para as contas das empresas que têm sede em outros estados. Sim, da mesma forma como malotes de dinheiro chegam em remessas, malotes de dinheiro também saem remetidos para outras agências bancárias em cidades de outros estados. Daí, como as notas de cem reais juntas pesam menos e ocupam menos espaços que as outras, o valor do frete fica bem mais em conta, entendeu? Porém, é lamentável que o dinheiro gerado em Boa Vista através do pagamento de impostos, ou seja, do bolso do cidadão contribuinte sirva para pagar apenas a mão-de-obra e pequenos gastos com as filiais das empresas de fora que levam em média 85% do lucro para as sedes em outras capitais. Praticam esse "bom exemplo" as empresas de coleta de lixo, que rega as plantinhas da cidade, construtoras, eventos culturais e obras no setor elétrico para a PMBV. Mais da metade das empresas que presta serviços e fornece materiais para a Prefeitura de Boa Vista tem sede em outras capitais. Seria ilógico que elas, mesmo faturando na cidade, deixasse que o dinheiro ficasse aí, onde não moram os seus diretores e donos. O dinheiro ganho em Boa Vista serve para circular nas cidades em que vivem e que é claro, onde contribuem para a sua melhoria da qualidade vida da sua gente. Certos estão eles. Errado quem permite que isso aconteça.
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