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EMPREGOS - Para quem sabe guardar segredo
Tudo começou ainda na infância. Nas brincadeiras com o videogame e na curiosidade de entender como funcionava um velho computador. . Eles desvendaram os segredos da máquina. Fizeram disso seu ganha-pão. E hoje podem se considerar profissionais de sucesso. Jurandir Camargo de Magalhães Júnior, de 26 anos, e Túlio Zannon, de 30, atuam na área de segurança da informação, uma das mais vitais e promissoras do momento no Brasil e no mundo.

Correio Braziliense Tudo começou ainda na infância. Nas brincadeiras com o videogame e na curiosidade de entender como funcionava um velho computador. Eles desvendaram os segredos da máquina. Fizeram disso seu ganha-pão. E hoje podem se considerar profissionais de sucesso. Jurandir Camargo de Magalhães Júnior, de 26 anos, e Túlio Zannon, de 30, atuam na área de segurança da informação, uma das mais vitais e promissoras do momento no Brasil e no mundo. E o melhor: que está em ascensão no Distrito Federal. De acordo com a pesquisa Perfil do Profissional de Segurança da Informação no Brasil, 20% desse mercado de trabalho concentra-se em Brasília. Somente São Paulo e Rio de Janeiro contratam mais especialistas na área, os security officers. Para o levantamento, realizado pela Módulo Security e pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), foram entrevistadas 114 pessoas de empresas diferentes, entre junho e julho de 2004. Crimes virtuais Razões para a ascensão do security officer não faltam. Entre elas estão o próprio desenvolvimento tecnológico mundial e o aumento do número de crimes envolvendo a internet. Segundo a Polícia Federal, de cada 10 hackers - piratas da rede de computadores - ativos no mundo, oito vivem no país. Além disso, as fraudes financeiras que utilizam internet e correios eletrônicos no território nacional já superam, em valores financeiros, os prejuízos de assalto a banco. Não foi à toa que o setor de segurança da informação movimentou R$ 1,32 bilhão no país em 2003, segundo dados da IDC Brasil. Juntamente com os investimentos na área, os salários dos security officers também estão em alta. O valor, em média, fica em torno dos R$ 5 mil. ''Em uma pesquisa similar realizada no ano passado, a maioria ganhava no máximo R$ 3,5 mil'', observa Zilta Marinho, diretora de Educação da Módulo Security e coordenadora da pesquisa. A alta remuneração se explica. Sob os ombros desses profissionais está a responsabilidade de evitar que informações importantes vazem da empresa. Isso inclui desde papéis com números importantes, jogados por descuido numa lata de lixo, até a invasão de computadores por hackers. ''Eles trabalham com tecnologia, ambiente, pessoas e processos'', resume Zilta. Crescimento Anos atrás, quando o mundo não era interligado por uma rede, bastavam cofres e chaves para proteger documentos e objetos preciosos de uma empresa. Talvez um segurança brucutu na porta. Mas hoje não é assim. A internet proporciona inúmeras facilidades, inclusive a de ser invadido, fraudado e roubado. ''Os bancos não têm mais somente uma porta a defender'', destaca a coordenadora da pesquisa. Embora englobe outras áreas além da informática, especialistas apontam a popularização da internet como o principal combustível para o ramo da segurança da informação. Hoje, segundo dados da pesquisa da Módulo Security e da PUC-RJ, 60% dos profissionais da área trabalham com tecnologia. Para eles, o horizonte é animador. No DF, o futuro promissor para a profissão tem outro impulso: o governo federal. ''Informações de caráter estratégico para o país são trocadas em Brasília, e não podem vazar'', ressalta um dos responsáveis pela área de segurança da informação do Banco do Brasil (BB) - a fonte preferiu não divulgar o nome por razões de segurança. Embora sejam conhecidos por caçar hackers, o principal trabalho desenvolvido por um especialista em segurança da informação é o da prevenção. ''A proteção da informação transcende o ambiente da internet'', ressalta o funcionário do BB. ''O segurança trabalha em cima das vulnerabilidades dos sistemas.'' Como formação de quem atua na área, a maior exigência é pelas certificações. Após o curso superior, geralmente em informática, cerca de 43% investem na aquisição de certificados, como o de Security Officer. ''Eles validam o conhecimento técnico dos nossos profissionais, além de representar diferencial positivo nos processos de seleção interna'', confirma o funcionário do BB. -------------------------------------------------------------------------------- Acesso autorizado As atividades, remuneração e formação do security officer O que faz Desenvolve soluções para manter a integridade de informações confidenciais da empresa. Para isso, vale-se da tecnologia, processos, ambientes e funcionários da instituição Onde atua A maioria (63%) trabalha com tecnologia, mas também existem as áreas de auditoria e a específica de segurança Quanto ganha O salário, em média, fica em torno de R$ 5 mil Como se forma A formação mais comum é a graduação na área de informática. Administração e Engenharia também marcam presença Como se certifica Existe a certificação de security officer, da Módulo Security. Certificados dos fabricantes de software mais comuns como Microsoft, Oracle e IBM e de plataformas como Windows e Linux também somam pontos importantes Como obter a certificação de security officer O exame acontece simultaneamente em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. A próxima data para realização da prova é dia 20 de dezembro. Informações mais detalhadas no site www.modulo.com.br Fontes: Módulo Security e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ)
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