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IMPRENSA - Jornais criticam projeto que cria CFJ
'Só com a plena liberdade de imprensa o direito à informação pode ser exercido', afirmou Lula, que em nenhum momento se referiu diretamente ao projeto do Executivo que cria o Conselho Federal de Jornalismo, enviado ao Congresso, e condenado pela ANJ, que completou 25 anos.

Correioweb O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem, durante o 5º Congresso Brasileiro de Jornais, promovido pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), em São Paulo, uma veemente defesa da liberdade de imprensa e garantiu que em seu governo esse direito não será cassado. 'Só com a plena liberdade de imprensa o direito à informação pode ser exercido', afirmou Lula, que em nenhum momento se referiu diretamente ao projeto do Executivo que cria o Conselho Federal de Jornalismo, enviado ao Congresso, e condenado pela ANJ, que completou 25 anos. Lula lembrou que a imprensa comete erros, algumas vezes graves, mas em seguida destacou que todos os outros setores também são passíveis de falhas. 'Há erros, há distorções? Sem dúvida. Mas há problemas, erros e distorções também no governo', reconheceu o presidente. Lembrando o regime militar, Lula assegurou que a censura ficou no passado. 'Não voltará a acontecer, muito menos de forma dissimulada', garantiu. Lula evitou o tema, mas a ANJ não. O novo presidente da entidade, Nelson Sirotsky, diretor-presidente da RBS, condenou o Conselho Federal de Jornalismo (CFJ) em seu discurso de posse. 'Os jornais associados à ANJ são democraticamente contrários à criação do Conselho Federal de Jornalismo', afiançou Sirotsky, que citou como exemplo de bom jornalismo a série de matérias do Correio e do Estado de Minas sobre a Máfia do Sangue no Ministério da Saúde. Francisco Mesquita Neto, presidente do conselho editorial do jornal O Estado de S. Paulo, fez um discurso denunciando 'ameaças, restrições, tentativas de censura e pressões' contra a imprensa e, novamente, citou o conselho. 'Ao estabelecer punição a jornalistas e o controle de empresas de comunicação, a proposta revela características claras de cerceamento à liberdade de imprensa', apontou Mesquita Neto. Fernando Martins, diretor-executivo da ANJ, ao entregar o relatório anual sobre liberdade de imprensa no país, citou como outros exemplos de 'pressão' a que pretende regular a linha editorial e a programação das emissoras de rádio e TV e a que impede os funcionários públicos de transmitir informações aos veículos de comunicação.
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