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AGRICULTURA - Banco reduz taxa do crédito rural
A direção do Banco do Brasil anunciou ontem uma redução de até 0,4 ponto percentual nas taxas de juros das linhas de recursos livres para o crédito rural. Os juros mensais para esses financiamentos ficarão entre 1,3% e 1,7%. Antes, variavam entre 1,6% e 2% ao mês.

Arnaldo Galvão Da equipe do Correio A direção do Banco do Brasil anunciou ontem uma redução de até 0,4 ponto percentual nas taxas de juros das linhas de recursos livres para o crédito rural. Os juros mensais para esses financiamentos ficarão entre 1,3% e 1,7%. Antes, variavam entre 1,6% e 2% ao mês. ''Se os R$ 5 bilhões disponíveis em setembro não forem suficientes, o que não acredito, temos condições de deslocar mais R$ 1 bilhão da previsão de outubro'', informou o vice-presidente de Agronegócios e Governo do Banco do Brasil (BB), Ricardo Conceição. Desses R$ 5 bilhões, aproximadamente 20% são oferecidos aos produtores por meio das linhas de recursos livres, que ficam com taxas anuais entre 14% e 18%. As condições mais vantajosas são as que recebem a equalização (subsídio) do Tesouro Nacional para que os juros fiquem em 8,75% ao ano. Conceição afirmou que a redução BB atendeu a um pedido do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. A expectativa é de beneficiar aproximadamente 150 mil produtores. Segundo a assessoria do Ministério da Agricultura, a redução dos juros anunciada ontem teve como base entendimentos iniciados em julho entre Rodrigues, Antonio Palocci (Fazenda) e a direção do BB. O objetivo dos pedidos de Rodrigues é garantir recursos suficientes para o plantio da safra 2004/2005, concentrado principalmente entre setembro e novembro. De acordo com a assessoria do Ministério da Agricultura, o governo decidiu elevar os recursos disponíveis para o crédito rural - para R$ 5 bilhões, em setembro - para reagir à menor oferta de crédito pelas agroindústrias e também pelas recentes negociações de contratos futuros da soja, fatos que aumentaram a insegurança do mercado. Segundo o governo, trata-se do maior volume de crédito já oferecido pelo BB em um único mês. O banco deve aplicar R$ 7,6 bilhões no setor agropecuário entre julho e setembro. O acréscimo em relação à safra passada é de R$ 1 bilhão. O BB calcula que será responsável pela aplicação de R$ 25,5 bilhões dos R$ 46,4 bilhões previstos para a safra 2004/2005. O vice-presidente do BB afirmou que, segundo as informações disponíveis no banco, um terço da produção agropecuária depende de programas oficiais de crédito, sendo que o BB é o principal agente financeiro. Um terço da produção capta recursos no mercado em geral, principalmente com a atuação das ''tradings''. O terço restante trabalha com dinheiro próprio. ''Quanto mais recebo da agropecuária, mais posso emprestar'', explicou Conceição. O dirigente do BB reconheceu que o esforço do banco tem relação com a qualidade do crédito, com as reduções dos riscos e da inadimplência no agronegócio. Os outros bancos, segundo a análise de Conceição, também estão dando mais atenção ao setor porque as cadeias produtivas estão cada vez mais profissionais. Mas ele alertou para o fato de que esse movimento dos bancos privados ainda está concentrado em grandes grupos produtores e exportadores.
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