00:00:00
Justiça protege candidatos condenados

Se o TRE de Roraima adotasse metida semelhante ao do TRE do Rio de Janeiro, a prefeita Teresa Jucá e o ex-governador Neudo Campos estariam fora da disputa pela Prefeitura de Boa Vista além de uma penca de candidatos a prefeito, a vice e a vereador espalhada pelo interior do estado. É constrangedor assistir candidatos condenados pela Justiça prometendo mundos e fundos. Se uma varredura for feita o TRE-RR descobrirá que há candidatos-réus em crimes como agressão, furto, estelionato, peculato e seqüestro em Roraima.

Edersen Lima, Editor Se o TRE de Roraima adotasse metida semelhante ao do TRE do Rio de Janeiro, a prefeita Teresa Jucá e o ex-governador Neudo Campos estariam fora da disputa pela Prefeitura de Boa Vista além de uma penca de candidatos a prefeito, a vice e a vereador espalhada pelo interior do estado. A Justiça Eleitoral carioca decidiu impugnar os registros de candidatura de todos os políticos condenados ou que respondem a processos na Justiça. O objetivo é criar meios que impeçam que criminosos tentem a carreira política em busca de imunidade e foro privilegiado, o que poderá se transformar em proposta de emenda constitucional no Congresso Nacional, passando a ser lei. Chega a ser uma afronta assistir no horário eleitoral gratuito, candidatos condenados pela Justiça prometendo mundos e fundos em prol da coletividade. Se uma varredura, a grosso modo, for feita o TRE-RR descobrirá que há candidatos-réus em crimes como agressão, furto, estelionato, peculato e seqüestro em Roraima. Quantos candidatos condenados pelo Tribunal Contas do Estado-TCE já disputaram e se elegeram para câmaras municipais, prefeituras e ALE? Por outro lado, se a Justiça Federal em Roraima demonstrar a mesma disposição com que mandou para cadeia 53 pessoas - a maioria sem antes ouvir - no caso dos gafanhotos, verificará que hoje, de certa forma, colabora para que o eleitor de Boa Vista reeleja uma prefeita condenada há anos pelo TCU por aplicação irregular de dinheiro público e apresentação de notas fiscais falsas. Tudo bem que todos são inocentes até que se prove o contrário ou que se aguarde o fim dos processos transitados e julgados, mas não seria de bom tom que as regras do jogo fossem mais condizentes com outras realidades como a que rege a admissão de pessoas no serviço público e em alguns setores privados que nada respondem à Justiça, por exemplo? O ideal é que o eleitor tenha opções de candidaturas idôneas, sem qualquer grão de suspeita sobre as condutas moral e ética dos concorrentes. Sem dúvida, teríamos melhores oportunidades de escolha, debates de melhor nível e é claro, elegeríamos se não os mais competentes, pelo menos, os que não figuram as páginas policiais dos jornais e as que, vergonhosamente, são protegidas da lei. Como está, fica difícil falar em voto ético.
COMENTÁRIOS