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Em meio a videoconferência, a 19ª Reunião do CONDRAF debateu desenvolvimento rural
O evento, que ocorreu nessa quarta-feira (01/09/2004), contou com a participação dos ministros Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) e Ciro Gomes (Integração Nacional) e teve a participação de 22 estados, por videoconferência. O encontro teve como objetivo formular políticas públicas de Desenvolvimento Rural para o País

A 19ª reunião ordinária do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (CONDRAF) foi iniciada nessa quarta-feira, às 9h30, na sede do Interlegis, em Brasília. O objetivo do encontro foi acompanhar e formular políticas públicas de Desenvolvimento Rural, em especial na agricultura familiar.

Estiveram presentes, o presidente do CONDRAF, ministro Miguel Rossetto, o presidente do Incra, Rolf Hackbart, o secretário de Desenvolvimento Territorial, Humberto Oliveira, e, como convidado especial, o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes. O evento foi transmitido por videoconferência, pela Rede Interlegis, para 22 Assembléias Legislativas do País.

Rosseto iniciou a reunião fazendo três registros, que, segundo ele, fortalecem o desenvolvimento rural: implantação das estruturas regionais do CONDRAF, para dar mais eficiência ao Programa, saindo do plano apenas federal; conclusão do projeto de biodeisel, estratégico para o governo, que tem capacidade de produzir combustível a custo reduzido; e o lançamento, até o dia 10/09, do programa de seguro agrícola, ainda para esta safra, que dará estabilidade e previsibilidade com relação aos problemas climáticos.

"A capacidade do biodiesel é enorme. Temos tecnologia para desenvolver o projeto, que enfrentará a pobreza rural. Por exemplo, a mamona e o dendê serão utilizados, dando autonomia na produção de combustível ao País", afirmou Rosseto, acrescentando que "o trabalho já está sendo desenvolvido e no mês de novembro pretendemos iniciar o programa, que dará estabilidade e estimulará 30 mil famílias".

Em seguida, Ciro Gomes proferiu a palestra "Políticas de Desenvolvimento Regional e o Desenvolvimento Rural". Ele expôs as dificuldades enfrentadas pelos agricultores brasileiros hoje, citando que a globalização, apesar de estimular o avanço tecnológico, concentra renda e forma grandes corporações, que vendem a preço mais barato e sufocam os pequenos e médios.

"Nos últimos dez anos, com a escala neoliberal, crescemos 2% ao ano, o pior número de todos os tempos. O retardo tecnológico de três gerações, em média; o financiamento caro; e a geração de empregos, cerca de sete de cada dez brasileiros trabalham com produtores de menor escala; são as dificuldades a serem enfrentadas para o desenvolvimento do Brasil. Retomar a estratégia para reverter este quadro é o objetivo do nosso governo", constatou Ciro.

O problema do desequilíbrio regional também foi destacado pelo ministro, que comparou, por meio de estatísticas, a disparidade do Brasil com relação à Europa. "No Brasil a desigualdade entre a região mais rica e a mais pobre chega a dez vezes. Na Europa essa diferença fica em torno de 2,5 vezes".

Informou, também, que existem, hoje, menos de mil doutores vivendo na Amazônia, isso em todas as áreas do conhecimento. "Não dá para fazer algo sério, consistente dessa forma. Deve se fazer uma política nacional de formar 10 mil doutores em dez anos", sugeriu.

Ciro apresentou ainda os estudos realizados pelo Ministério da Integração Nacional, que divide o País em 568 espaços, compreendendo melhor a complexa realidade brasileira.

O evento teve, ainda, continuidade no dia 02/09, no período da tarde, no Conselho Nacional de Educação.




Por Vítor Corrêa
Da Assessoria de Imprensa do Interlegis
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