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Bimba fica sem medalha e diz que faltou sorte
O velejador Ricardo Winicki, o Bimba, ficou em quarto lugar na classificação geral da classe Mistral. O brasileiro, que tinha vencido duas das 11 regatas - a quarta e a décima -, precisava de um terceiro lugar hoje para ser ouro, mas ficou em 17º e encerrou sua participação em Atenas com 54 pontos perdidos.

O velejador Ricardo Winicki, o Bimba, ficou em quarto lugar na classificação geral da classe Mistral. O brasileiro, que tinha vencido duas das 11 regatas - a quarta e a décima -, precisava de um terceiro lugar hoje para ser ouro, mas ficou em 17º e encerrou sua participação em Atenas com 54 pontos perdidos. O ouro foi para o israelense Gal Fridman, que perdeu 42 pontos ao longo da competição. O grego Nikolaos Kaklamanakis foi prata, com 52 pontos perdidos, seguido do britânico Nick Dempsey, com 53. Até a segunda bóia, Bimba ia garantindo a prata. Na bóia seguinte, caiu para o bronze, mas na última não conseguiu conservar o posto que o levaria pelo menos ao pódio. Assim, frustrou as expectativas de uma segunda medalha do Brasil na vela. No domingo, Robert Scheidt deu ao Brasil o primeiro - e até agora único - ouro em Atenas. Bimba disse que poderia ter obtido um resultado tão bom quanto o compatriota, mas reclamou da falta de sorte. "Foi uma regata atípica. O vento estava muito fraco, mas às vezes aconteciam umas rajadas fortes. Para a vela isso faz diferença. Até os helicópteros que faziam a cobertura para as TVs faziam diferença no vento", disse Bimba. O brasileiro afirmou que começou a prova muito bem, à frente do israelense Gal Fridman, "mas depois ele pegou um vento melhor". "Fiquei para trás, mas administrando o grego (Nikolaos Kaklamanakis, prata). Até que no final o grego e mais quatro ou cinco me passaram. Foi ali que eu perdi a medalha." Depois, mais calmo, Bimba demonstrou consciência e espírito esportivo. "Alguém até pode me perguntar se eu cometi um erro tático. Acho que não. O atleta precisa estar preparado para vitória e derrota. Liderei boa parte da competição, mas no final não deu", afirmou. O velejador disse ainda que em nenhum momento se preocupou com a possibilidade de ficar sem nenhuma medalha, apesar de ser favorito ao ouro. "Isso não passou pela minha cabeça durante a prova, mas quando você vai perdendo posições, vai dando um cansaço estranho. A linha de chegada se aproximando e você perdendo posições." Bimba reclamou que os ventos estavam muito fracos para a realização da regata, mas a organização já havia avisado que a televisão iria fazer a transmissão e, com isso, haveria largada de qualquer maneira. "Quem perde é o atleta, mas eles (organizadores) não estão preocupados com isso. O que a regra pede é o mínimo de bom senso (ventos de seis nós), mas a prova pode ser feita com menos." O brasileiro não acredita que um recurso seja aceito pelos organizadores. "Decidir no tapetão não é a melhor opção. O quarto lugar está muito bom para mim. Não tenho que procurar desculpas, mas vamos pensar o que vamos fazer", concluiu. Apesar de ser um nome pouco conhecido no País, Bimba é um atleta experiente e já tem resultados expressivos. Em 2002, foi vice-campeão mundial. No ano passado, ganhou o ouro no Pan-Americano de Santo Domingo. Redação Terra
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