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O suplício de Roraima - Por Manoel Lima
O Estado de Roraima vive momentos de angústia, de auto-estima do seu povo em baixa, um verdadeiro caos administrativo e político. Tudo pela insensatez de um governante que, cassado pela justiça eleitoral, insiste em permanecer no cargo, contra tudo e contra todos, como se a sua insistência em continuar no poder, fosse dele um direito único, depois do que se bradou contra a sua malfadada administração.

O Estado de Roraima vive momentos de angústia, de auto-estima do seu povo em baixa, um verdadeiro caos administrativo e político. Tudo pela insensatez de um governante que, cassado pela justiça eleitoral, insiste em permanecer no cargo, contra tudo e contra todos, como se a sua insistência em continuar no poder, fosse dele um direito único, depois do que se bradou contra a sua malfadada administração. O senhor Flamarion Portela não quer entender que sua eleição foi compartilhada de irregularidades, que mentiu para o povo, que tripudiou sobre todas as cabeças inteligentes do Estado, com um processo de governo totalmente alheio aos reclamos da sociedade roraimense. Que tristeza vive o povo de Roraima! Esse pode, ordeiro, pacato, trabalhador, que ao longo dos anos, mesmo isolado do mundo moderno, soube contemporizar as intempéries naturais e políticas e manter viva a chama do desenvolvimento, que a partir de sua transformação em Estado, e consolidado como tal a partir de 91 com a posse do primeiro governador eleito, experimentou sob todos os aspectos. É verdade que esse povo, a partir de 95, escolheu seus governantes sem olhar a sua ficha e sua vida de homens públicos. Se o tivesse feito, não estaria certamente hoje na situação em que vive. É uma situação constrangedora! O desgoverno que Roraima experimenta hoje não tem limites. A Justiça Eleitoral, cumprimento os rigores do Código Eleitoral, demora em definir a situação política de Roraima, para suplício de quem vive no Estado. Os investidores certamente estão com um pé atrás, se permanecem com a sua intenção de continuarem ali investindo. A corrupção praticada em Roraima não pode punir de forma tão dramática esse povo trabalhador. Não deve privilegiar um grupo político que só maculou os princípios que norteiam a administração pública. Em Roraima, é bom que se diga: os últimos governantes conseguiram estuprar o "instituto" da corrupção no país. Essa é a grande verdade, e ninguém faz nada para puni-los. Algumas vozes longe das fronteiras roraimenses têm se posicionado contra o status quo em que vive a população do novo Estado, mas sem grande repercussão. Ainda segunda-feira última, o ministro Sepúlveda Pertence, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (STE), a corte que cassou o mandato de Flamarion Portela, foi uma dessas vozes. Numa entrevista concedida ao jornal paulista Folha de S. Paulo, na última segunda-feira, ele travou o seguinte diálogo com a repórter que o entrevistou. "Folha: Desde as últimas eleições, em 2002, inúmeros prefeitos foram cassados por corrupção. Recentemente o TSE cassou o mandato do governador Flamarion Portela (RR). O sr. teme que a multiplicação das denúncias reduza o interesse na escolha dos novos governantes? Sepúlveda Pertence: Esse fenômeno da corrupção, sobretudo irregularidades de financiamento de campanha, não é a única causa, mas está na base do que tem sido chamado de desalento democrático. Por outro lado, creio que o cumprimento pela Justiça Eleitoral do seu dever de reprimir energicamente a corrupção eleitoral pode ser um fator de restabelecimento da crença na democracia".
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