Mais uma vez o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma declaração polêmica e foi duramente criticado por isso. Na segunda-feira, em viagem pela República Dominicana, o petista chamou de ''covardes'' os jornalistas que não apóiam a criação do Conselho Federal de Jornalismo (CFJ). Nem o presidente da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), entidade autora do projeto de instituição do órgão, concorda com Lula.

Thiago Vitale Jayme Da equipe do Correio Mais uma vez o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma declaração polêmica e foi duramente criticado por isso. Na segunda-feira, em viagem pela República Dominicana, o petista chamou de ''covardes'' os jornalistas que não apóiam a criação do Conselho Federal de Jornalismo (CFJ). Nem o presidente da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), entidade autora do projeto de instituição do órgão, concorda com Lula. ''O apoio ou não ao projeto não tem a ver com covardia ou coragem, mas com a discussão sobre se é importante, se é valioso para o país'', disse Sérgio Murillo de Andrade. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, disse que Lula continua ''um tolo, falando bobagens''. Já o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, afirmou que a frase do presidente não ajuda o país. A interpretação do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), porém, é diferente: ''Acho que foi uma brincadeira, um gesto que não pode ser interpretado como agressivo''. A OAB discutiu a criação do CFJ na reunião do Conselho Federal da entidade, ontem. Os conselheiros decidiram convidar, para discutir o assunto, as duas maiores entidades de mídia no Brasil: a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Os advogados não se entenderam sobre o assunto e a OAB não tem posição firmada. Unânime apenas às defesas veementes à liberdade de imprensa. Intenções A organização internacional Repórter Sem Fronteira criticou oficialmente ontem a proposta de criação do conselho e pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que retire o projeto do Congresso. ''Não questionamos as boas intenções dos jornalistas que propuseram a idéia do CFJ, mas o projeto é perigoso para a liberdade de imprensa'', disse o secretário geral da entidade, Roberto Ménard. Fonte: Foto Radiobrás - Agência Brasil