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SANGRANDO A TERRA - Márcio Accioly
Na Venezuela, o presidente Hugo Chávez sagrou-se vitorioso no primeiro referendo revogatório da história daquele país, ao obter 58,25% contra 41,74% dos votos dados à oposição. Já faz tempo que os EUA encontram sérias dificuldades para depor o presidente do quarto maior produtor de petróleo do planeta. Desta feita, sonharam em retirar Chávez pela chamada "via democrática". Mas não deu.

Brasília - Na Venezuela, o presidente Hugo Chávez sagrou-se vitorioso no primeiro referendo revogatório da história daquele país, ao obter 58,25% contra 41,74% dos votos dados à oposição. Já faz tempo que os EUA encontram sérias dificuldades para depor o presidente do quarto maior produtor de petróleo do planeta. Desta feita, sonharam em retirar Chávez pela chamada "via democrática". Mas não deu. Em abril de 2002, em golpe que fracassou, os norte-americanos tentaram depor o presidente da Venezuela, colocando testa-de-ferro que lhes desse acesso ao óleo ali produzido. Foram buscar o reacionaríssimo presidente da Fedecamara, Pedro Carmona e, no dia 11 de abril, afastaram o chefe do Executivo legitimamente eleito que foi detido numa guarnição militar. Mas houve contragolpe e Chávez acabou voltando, depois de os EUA terem reconhecido o novo "governo". E o que se pretende na Venezuela? O mesmo que se conseguiu aqui no Brasil: domínio completo das riquezas, sem que a população tenha acesso ou direito. Como se sabe, a moeda de compra do petróleo brasileiro é o dólar. Nós pagamos a gasolina aqui produzida e refinada, em dólar. Na Venezuela, é diferente. Paga-se tudo com a moeda local, o bolívar. Ali, o custo do litro da gasolina corresponde a menos de 50 centavos do real. Pois, os EUA, defendendo o que qualificam de democracia, querem desmontar o cenário venezuelano e criar outro em que a população trabalhe apenas para sustentá-los. E fazem tudo ao alcance para confundir e projetar falsa imagem de defensores do mundo livre. Se quisessem agir como mandam as regras, fariam referendo revogatório dentro do próprio território, já que o presidente George W. Bush se elegeu em fraude monumental e isso se encontra documentado em vários livros por lá publicados. No Brasil, o entreguista FHC, na sua corrupta administração (1995-2003), doou o patrimônio brasileiro, desmontou quase todas as empresas estatais e praticou os maiores crimes de lesa-pátria que ainda hoje têm ressonância. Nesta segunda-feira (16), estava para ser julgada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Ação Direta de Inconstitucionalidade impetrada pelo governador do Paraná, Roberto Requião, contra dispositivos da lei 9.478/97, criada à época em que FHC assaltava nossa nação. Pela referida Lei, uma ignomínia, querem entregar às multinacionais os chamados "blocos azuis" das áreas petrolíferas, com capacidade estimada de seis bilhões de barris e valor superior a 300 bilhões de dólares na cotação atual. Somente por este crime, FHC deveria ser encarcerado por décadas. Fosse em qualquer país sério, até mesmo nos EUA, ficaria incomunicável, preso perpetuamente. O maior absurdo dessa Lei, cheia de concessões e artimanhas para empobrecer o país, é que incentiva a exportação. E o Brasil poderia ficar na estranha posição de grande produtor de petróleo e, ao mesmo tempo, importador daquilo que sai de suas entranhas. Sem direito de reclamar, caso tivesse grande necessidade de demanda, pois as empresas multinacionais poderiam optar vender o petróleo a outro país. Só uma mentalidade bandida, criminosa, como a de FHC, foi capaz de consentir a aprovação de tal Lei. Quando candidato à Presidência, Dom Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) dizia que ser tudo isso imoral, prometendo suspender essas licitações assim que assumisse. Esqueceu completamente. E, cumprindo espécie de terceiro mandato da gestão cardosina, repete os atos do facínora Com tais dirigentes, estamos no mato sem cachorro. Email: [email protected] Fonte: Foto http://www.aporrea.org/imagenes/0803/marcha_aniversario_jvgg_1.jpg
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