00:00:00
O leitor, o grande juiz - Por Manoel Lima
O jornalista não precisa ser fiscalizado. Antes das leis que podem puni-lo, existe a sapiência da sociedade. Ela é o grande juiz que policia a atividade jornalística. O leitor é o seu tribunal. Se a imprensa não se comporta dentro dos princípios que a norteiam, da informação sadia, responsável e ética, ela fatalmente terá a punição do leitor.

Por Manoel Lima A profissão de jornalista não precisa ser regulamentada nem fiscalizada, por se tratar de uma atividade diferente das demais, e por estar amparada pela Constituição Federal, que prevê penas para os crimes de Imprensa. Esse Conselho Federal de Jornalista que o governo Lula propôs criar em projeto de lei encaminhado ao Congresso Nacional representa o que há de mais sórdido em matéria de censura à atividade dos meios de comunicação social. Tempos bons aqueles em que a profissão de jornalista encantava as gerações de então com o seu romantismo, a beleza e a fleuma dos textos produzidos. Naquele tempo, a imprensa também exercia o seu papel fiscalizador e crítico. Hoje não é diferente, apenas a imprensa agora é mais mordaz, mais investigativa, e isso tem incomodado os coronéis urbanos, e a maneira de conduzir o trabalho jornalístico a seu bel prazer querem agora fiscalizar, através de uma regulamentação tacanha, o papel que o jornalista exerce perante a sociedade. O jornalista não precisa ser fiscalizado. Antes das leis que podem puni-lo, existe a sapiência da sociedade. Ela é o grande juiz que policia a atividade jornalística. O leitor é o seu tribunal. Se a imprensa não se comporta dentro dos princípios que a norteiam, da informação sadia, responsável e ética, ela fatalmente terá a punição do leitor. Por que então se criar agora um conselho que existirá apenas para censurar o trabalho da imprensa? Não podemos concordar com isso, nos dias de hoje, em que o trabalho da imprensa é o grande parâmetro da democracia. Fugirmos desse patamar, é voltarmos à época da ditadura, em que os generais puniam com a tortura os jornalistas que os criticavam. Vivemos um momento vivo e belo da democracia. Não podemos retroagir, voltarmos aos tempos escuros da ditadura, em que a imprensa não tinha valor, não havia para ela espaço dentro do regime militar. Não vamos voltar a um passado negro e degenerador dos princípios democráticos. Fonte: Foto do site 'http://www1.uol.com.br/imprensa/'
COMENTÁRIOS