Em audiência com o governador Flamarion Portela, o ex-deputado Luizinho da Tabela, sugeriu que ele se desfilie do PT e passe a governar Roraima sem a interferência do partido que não o apoiou nos processos que sofre no STJ no TSE - onde foi cassado na semana passada -, e nem o ajudou com liberação de recursos de emendas parlamentares e convênios firmados como principais ministérios.

Brasília - Em audiência com o governador Flamarion Portela, o ex-deputado Luizinho da Tabela, sugeriu que ele se desfilie do PT e passe a governar Roraima sem a interferência do partido que não o apoiou nos processos que sofre no Superior Tribunal de Justiça e no Tribunal Superior Eleitoral - onde foi cassado na semana passada -, e nem o ajudou com liberação de recursos de emendas parlamentares e convênios firmados como principais ministérios. Falando ao Fontebrasil, Luizinho fez um balanço do "custo benefício" que foi o ingresso de Flamarion no PT. "Desde que se filiou ao PT, o governador foi inteiramente dedicado ao partido. Abriu as portas do Palácio Hélio Campos para acomodar e prestigiar as indicações petistas, em especial, do deputado Titonho Beserra, que foi indicado para liderança do governo na Assembléia Legislativa. Hoje, 60% do governo estão nas mãos do PT", comentou Luizinho. Ele lembrou que nunca, na história política de Roraima, o PT teve tanto espaço e valorização como a que tem no governo Flamarion, com nomes de filiados em secretarias, chefias de departamentos em Boa Vista e no interior do estado. "Você pode andar na cidade e ver médicos, professores engenheiros desempregados, mas eu duvido encontrar algum militante do PT que até bem pouco tempo puxava uma carrocinha, que não esteja hoje trabalhando em alguma repartição do governo". "A imagem que a opinião pública tem do governo Flamarion se deve à influência que a base do PT local exerceu sobre o governador. São cerca de 60% dos cargos de comando exercidos por gente do partido que já mostrou que não tem tino para administração pública, só sabem fazer baderna em praça pública e prometer o que não vão cumprir. Basta olhar o que o governo Lula fez com os pensionistas e inativos brasileiros", exemplificou. Luizinho destacou que, por estar filiado ao PT, Flamarion trabalhou junto à bancada federal para que a maioria acompanhasse o governo Lula nas votações que aprovaram as reformas tributária e da previdência, "reformas essas que causaram grande desgaste aos deputados e senadores roraimenses, mas que ajudaram o governo quando ele precisou". Por outro lado, salienta Luizinho da Tabela, no momento mais importante do processo que Flamarion enfrentou - sua cassação -, o PT não se mostrou companheiro, solidário, e fez de conta que não era com ninguém do partido. "Parte dessa ilusão - ser filiado ao PT - que Flamarion sofreu pode ser creditada aos líderes do partido em Roraima, como o próprio Titonho, que vendeu garantias e segurança ao governador, mas que se mostraram inexistentes". Luizinho comentou, ainda, que apesar de ter um governador no PT, apoiando integralmente os programas do governo federal, Roraima não recebeu qualquer benefício em termos de recursos alocados em emendas parlamentares e convênios firmados com os ministérios. "Só veio recurso que não podia deixar de vir. Não houve diferencial no tratamento com o estado". Procrada pelo Fontebrasil, a assessoria do deputado Titonho Beserra informou que ele irá analisar as críticas feitas por Luizinho para depois decidir se fará ou não qualquer comentario.