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CRÍTICA - Eu, Robô, com Will Smith, tem muita ação
Já se passaram 36 anos desde 2001 - Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick. Mesmo assim, Eu, Robô baseia-se na coleção seminal de ficção científica de Isaac Asimov para fazer uma história sobre robôs e um computador inteligente (como o HAL de 2001) como se fosse território virgem. O roteiro sobre uma revolta de máquinas inteligentes num mundo futuro é algo que já está velho, a não ser que apresente uma perspectiva nova. Quando se incluem personagens e histórias altamente previsíveis, o resultado parece gritar "isso tudo já foi feito!"

Já se passaram 36 anos desde 2001 - Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick. Mesmo assim, Eu, Robô baseia-se na coleção seminal de ficção científica de Isaac Asimov para fazer uma história sobre robôs e um computador inteligente (como o HAL de 2001) como se fosse território virgem. O roteiro sobre uma revolta de máquinas inteligentes num mundo futuro é algo que já está velho, a não ser que apresente uma perspectiva nova. Quando se incluem personagens e histórias altamente previsíveis, o resultado parece gritar "isso tudo já foi feito!" A presença de Will Smith e o misto de ação com elementos digitais devem garantir uma bilheteria inicial razoável ao filme, mas este vai decepcionar os fãs da ficção científica, acostumados a que os vendedores de fantasia de Hollywood lhes ofereçam muito mais. Os robôs que aparecem no filme são figuras metálicas em tons de preto, branco e cinza, com braços e pernas finos e rostos e peitos translúcidos. E, como muitas das cenas são rodadas com iluminação fraca, há momentos em que o filme lembra um thriller de ficção científica dos anos 1950. Não deixa de ser apropriado, já que Eu, Robô parece um filme B, cheio de ação e com pouca inteligência. Na categoria em que operam os filmes mais recentes de ficção científica e fantasia - ou seja, as séries Homem Aranha, Harry Potter e Exterminador do Futuro -, Eu, Robô deixa muito a desejar. A direção é de Alex Proyas, e os roteiristas são Jeff Vintar e Akiva Goldsman. Sem romance Apenas um homem no mundo se dá conta do perigo que os robôs representam para a humanidade, e todo o mundo acha que ele é maluco paranóico. Mas será que os policiais, cientistas e políticos não teriam assistido aos filmes anteriores? Eles já não saberiam que, quando uma grande empresa produtora de robôs se abriga num arranha-céus frio e fechado, o que se esconde lá dentro só pode ser do mal? Parece que não. Chicago em 2035 é uma cidade repleta de robôs supostamente treinados para serem empregados dóceis e programados para jamais ferir um humano. Até que um deles, um modelo NS-5 conhecido como Sonny, se torna o principal suspeito na morte do eminente cientista que o criou, Dr. Alfred Lanning (James Cromwell). Apesar disso, o detetive policial Del Spooner (Will Smith) não consegue convencer ninguém - nem mesmo a psiquiatra de robôs Dr. Susan Calvin (Bridget Moynahan) - a interromper a produção de NS-5s. Ninguém quer considerar Sonny um suspeito. Em pouco tempo, centenas de robôs NS-5 agressivos perseguem e atacam Smith quando ele passa de carro por um túnel, saltando de caminhões, destruindo seu carro e o enfrentando em combate um a um. Entretanto - surpresa! - ninguém na cidade vê nada! As pessoas atribuem o incidente à instabilidade mental de Spooner. O problema de Eu, Robô é que os mundos dos robôs e dos humanos não chegam a se fundir da maneira convincente. As lutas entre homens e máquinas têm um ar fabricado, e, excetuando Sonny, nenhum dos outros robôs desenvolve muita personalidade. Will Smith carrega o filme todo sobre seus ombros largos - e, em muitos momentos, nus -, o que é uma carga pesada, já que quase todo o resto do filme atua como se fosse autômato. Bridget Moynahan imbui o papel da tecno-cientista de uma beleza rígida, mas os responsáveis pelo filme não permitiram o surgimento de faíscas românticas entre os personagens principais, um negro e uma branca. Isso não é futurista, é antiquado. Reuters
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