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Um governo que cheirava à corrupção
Com um governo marcado, desde o primeiro dia, pela sina da corrupção não poderia ser diferente o futuro do governador Flamarion Portela por muito tempo. Ao assumir no dia 5 de abril, com a postura de bom moço, um servidor público que governaria com a classe, Flamarion Portela tornou-se o porta-voz de mentiras e de ações que tolhiram suas até então boas intenções.

Brasília - Um governo marcado, desde o primeiro dia, pela sina da corrupção não poderia ser diferente o futuro do governador Flamarion Portela por muito tempo. Ao assumir no dia 5 de abril, com a postura de bom moço, um servidor público que governaria com a classe, Flamarion Portela tornou-se o porta-voz de mentiras e de ações que tolhiram suas até então boas intenções. Preparando-se para entrar na campanha eleitoral de sua reeleição, Flamarion não poupou medidas de cunho meramente eleitoreiras. Tais medidas indicavam que ao chegar ao poder, ele não mediu esforços para iniciar a marcha da dilapidação das finanças públicas em favor de sua candidatura. Ao extinguir o DER/RR, para ele o grande palco da corrupção no governo Neudo Campos, do qual participou ativamente, deu a entender que a medida seria saneadora. Não foi isso que se viu. Com uma dívida de pouco mais de 19 milhões de reais deixados por Neudo Campos, o DER/RR no período de sua extinção teve aumentado por dez os compromissos que tinha com fornecedores e empreiteiros. Como essa dívida aumentou tanto assim? Só ele, Flamarion Portela deverá explicar agora à Justiça Comum, para onde carrearão os mais de vinte processos criminais que existem no STJ, em Brasília, contra ele. Também Flamarion Portela cometeu um crime de lesa pátria contra Roraima. Com a extinção do DER/RR, o Estado deixou de receber repasses do Ministério dos Transportes superiores à 63 milhões de reais. Um senhor prejuízo para um Estado pequeno, pobre, mas rico de falcatruas e vedilhões do dinheiro público. Os atos de corrupção espocaram por todos os lados em 2002, a partir de abril. Empreiteiros amigos do governador foram aquinhoados com somas vultosas, que eram descaminhadas para a formação do caixa2 da campanha eleitoral. Dois ou três empreiteiros rapidamente ficaram ricos. A começar por seu irmão, Audemar Carvalho, então dono de uma pequena panificadora, mas que com o irmão no poder passou a vender todo e qualquer bem que interessasse ao governo, como cimento, tijolos, areia, telhas e etc. A mídia a seu serviço também foi favorecida. A partir de abril de 2002, ninguém fazia jornalismo de oposição ao governo. Afinal, o caixa do governo pagava somas astronômicas para manter-se no topo da mídia. Contratos de até 600 mil reais por ano, com reajuste logo aos seis meses, foram feitos com a editora Falho de Boa Vista, dona do jornal Folha de Boa Vista, conforme pode ser constatado e comprovado pelos diários oficiais que publicaram os aditivos contratuais. No mais, Flamarion Portela não poderia esperar outra coisa. O que ele não acreditava, acabou ocorrendo: a Justiça Eleitoral se fez presente contra todas as suas artimanhas administrativas. Flamarion entra para história de Roraima como o administrador de um governo com que de longe se sentia o cheiro da corrupção e da incompetência.
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