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Governadores do PSDB acusam Lula de centralizar recursos
Os oito governadores do PSDB resolveram deixar de lado a política de boa vizinhança com o presidente Lula e partiram para o ataque contra o Palácio do Planalto. Nesta segunda-feira, reunidos em Palmas (TO) acusaram o governo petista de privilegiar aliados políticos na liberação de recursos e de não cumprir contratos firmados no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Os oito governadores do PSDB resolveram deixar de lado a política de boa vizinhança com o presidente Lula e partiram para o ataque contra o Palácio do Planalto. Nesta segunda-feira, reunidos em Palmas (TO) acusaram o governo petista de privilegiar aliados políticos na liberação de recursos e de não cumprir contratos firmados no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em nota divulgada após o encontro, os governadores tucanos manifestaram ''desconforto com os critérios que têm orientado a liberação de parte dos recursos federais, que vêm privilegiando aliados políticos em detrimento das reais necessidades apontadas pelos estados e municípios, situação agravada ainda pelo não cumprimento de contratos firmados no governo anterior". Eles criticaram o governo federal pelo atraso no cumprimento do acordo em torno do Fundo de Exportação, destinado a compensar os estados exportadores por perdas financeiras oriundas da Lei Kandir. Os governadores consideraram ''injustificados" o atraso desse compromisso firmado com os estados, bem como aquele em relação ao Fundo de Desenvolvimento Regional. O ataque dos governadores tucanos aconteceu um dia após a publicação de artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em jornais do Rio e São Paulo, acusando o governo de adotar medidas que atentam contra a Federação e os princípios republicanos, dentre elas os projetos de parceria público-privada, que permite o regime de concessão subsidiada de serviços, principalmente nas áreas de transportes e saneamento, e também a formação de consórcios entre a União, estados e municípios, com identidade jurídica própria. Os governadores do PSDB endossaram as críticas de Fernando Henrique Cardoso e manifestaram ''insatisfação" com o que caracterizam como crescente enfraquecimento da Federação. Acusam o governo federal de não compartilhar receitas da União com os estados. A crítica principal é à ''redução das transferências e aumento das alíquotas das contribuições não compartilhadas, que resultam em elevada carga tributária, fator de estrangulamento do setor produtivo e do enfraquecimento da economia popular". Perversidade O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, cuja relação com o governo federal até agora vinha sendo pautada por muita boa vontade, também mudou de tom e fez críticas severas: ''Nós estamos vivendo, neste período, a mais perversa concentração de renda na mão da União em toda a nossa história republicana", afirmou. Segundo Aécio, 72% de tudo o que se arrecada no país está na mão da União. ''E a lógica do governo tem sido aumentar ainda mais essa concentração. Não é um problema criado agora, mas vem acumulando ao longo dos últimos anos, com a criação de contribuições como CPMF e aumento da alíquota da Cofins. Elas não são compartilhadas''. A Aécio ironizou o repasse de verbas da União para os estados: ''Todas as bondades que são feitas pelo governo federal são feitas com os impostos que participam da distribuição da cesta a ser repartida", disse. O governador do Pará, Simão Jatene, destacou que a raiz das dificuldades dos estados está justamente na ''absoluta centralização dos recursos na União e no esvaziamento dos Estados". Os oito governadores tucanos acusam também, em nota oficial, o governo federal, de não cumprir sua parte em relação do Fundef (Fundo Nacional para o Desenvolvimento do Ensino fundamental e de Valorização do Magistério). Fonte: Imagem do site 'http://img.terra.com.br/i/2002/10/20/22218_cp.jpg'
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