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ESGOTAMENTO - Por Márcio Accioly
Brasília - A bandidagem no país está liberada: desde que se tenha mandato eletivo, cargo público de expressão, que se esteja, enfim, no topo da hierarquia. É só olhar o que acontece em setores dos três poderes da República. A bem da verdade, deve-se deixar grafado que não é coisa de agora. Vem desde a colonização portuguesa, na prática imposta por D. João VI, com nossa absoluta submissão à Coroa Inglesa.

Brasília - A bandidagem no país está liberada: desde que se tenha mandato eletivo, cargo público de expressão, que se esteja, enfim, no topo da hierarquia. É só olhar o que acontece em setores dos três poderes da República. A bem da verdade, deve-se deixar grafado que não é coisa de agora. Vem desde a colonização portuguesa, na prática imposta por D. João VI, com nossa absoluta submissão à Coroa Inglesa. Imaginava-se, é certo, que o governo petista, no bojo de tantas promessas e tão convincente discurso de oposição, viesse dar um basta à sangria incontrolável, resgatando o Brasil para os brasileiros. Ledo engano! A decepção é quem marca presença. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, continua, de maneira incrível, dando as cartas da atividade econômica nacional, na seqüência do processo de doação de nossas empresas. Essa entrega dos recursos naturais do país foi acelerada a partir da "administração" Collor de Mello (1990-92), atingiu seu ápice na gestão FHC (1995-2003) e vai seguindo o mesmo rumo na de Dom Luiz Inácio (2003-?), inclusive com o desmonte total da Petrobras. Como se sabe, está prevista em agosto a sexta licitação na área petrolífera, entregando-se o filé mignon das bacias. E o candidato petista, hoje aboletado na Presidência, jurou ao longo da campanha que iria "suspender todas essas licitações". Coisa de quem bebe. Mas vejam: se o cidadão comum fraudar o imposto de renda, praticar irregularidade em sua declaração, é multado, ameaçado com sanções penais, cai na malha fina, sua vida se tornará um inferno. Já quando esse cidadão é responsável pela política monetária do Banco Central, mesmo que tenha movimentado milhões e milhões de dólares no exterior, em contas bancárias que jamais declarou, não há problema algum. É o caso de Luiz Augusto Candiota que pediu demissão do cargo para salvar as aparências e permitir a continuidade de Meirelles. Só que estouraram novos escândalos, envolvendo este último, e vai ficando difícil a sua manutenção. Ele já está, inclusive, apelando. Declarou na segunda-feira que se encontra muito "tranqüilo", porque "tem o apoio do presidente Lula e do ministro Palocci (Fazenda)", seus superiores. Até mesmo a Rede Globo, que representa no nosso país os interesses financeiros internacionais das grandes corporações (especialmente dos EUA), começou a sair de fininho, retirando o apoio outrora absoluto. A avacalhação é tamanha que Meirelles, eleito o mais bem votado deputado federal por Goiás (renunciou ao assumir o BC), foi flagrado pela CPI do Banestado na lavagem de dinheiro empreendida pelo BankBoston (à época em que o presidia), mas não é convocado a depor. E seu subalterno naquela instituição, Cássio Casseb, guindado à presidência do Banco do Brasil, foi também denunciado por sonegação e fraude fiscal. Meirelles é herança do governo FHC, pois se elegeu deputado pelo PSDB. E não é preciso ser versado em ciência econômica para saber que ele só defende os interesses norte-americanos e está ajudando a mergulhar o Brasil num vácuo sem volta de gravíssima crise social. Deveria estar preso, mas aí se encontra, serelepe, mandando e desmandando. O Ibope, na última rodada de pesquisas, avisou que os candidatos do PT vão subindo e ultrapassando os que os ameaçavam nas grandes capitais. Não vivemos apenas de galhofa, mas submetidos à embromação e à empulhação constantes. Os dirigentes não desejam alterar a fórmula. Acham que vai dar sempre certo, eternamente. Insistem nas mesmas ações criminosas e deletérias, dizendo que torcem por resultado diferente. Email: [email protected]
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