00:00:00
Meirelles demonstra otimismo e se cala sobre denúncias
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reiterou nesta segunda-feira seu otimismo com a economia brasileira, em palestra no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças(Ibef), em São Paulo. Meirelles, que foi alvo nas duas últimas semanas de denúncias sobre a sua conduta fiscal em reportagens em revistas semanais, não fez nenhuma menção sobre o assunto e evitou conversar com os jornalistas.

Fonte: Reuters Investor O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reiterou nesta segunda-feira seu otimismo com a economia brasileira, em palestra no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças(Ibef), em São Paulo. Meirelles, que foi alvo nas duas últimas semanas de denúncias sobre a sua conduta fiscal em reportagens em revistas semanais, não fez nenhuma menção sobre o assunto e evitou conversar com os jornalistas. "Estamos um ano à frente do cronograma. A recuperação está se dando melhor que o esperado" disse Meirelles, acrescentando que o País está crescendo desde o terceiro trimestre de 2003. "O mercado externo está menos líquido mas o país já está na direção correta." Denúncias A revista IstoÉ da semana passada divulgou reportagem afirmando que Meirelles e o diretor de Política Monetária do BC, Luiz Augusto Candiota, estão sendo investigados por suspeita de de sonegação, omissão fiscal e evasão de divisas. Segundo a reportagem, Meirelles não apresentou sua declaração de Imposto de Renda de 2001 --o que é permitido a não-residentes no Brasil --, ao mesmo tempo que declarou à Justiça Eleitoral que estava residindo em Goiás --exigência para candidatar-se a Deputado Federal nas eleições de 2002. Apoio de Lula Segundo relato da jornalista Mirian Leitão, que apresentou nesta segunda-feira, no programa Bom Dia Brasil, detalhes de uma conversa que manteve com Meirelles, o presidente do Banco Central teria dito que, apesar das denúncias, está tranqüilo porque tem o apoio do presidente Lula e do ministro Palocci. De acordo com a jornalista, Meirelles afirmou que estava na China quando seu cunhado foi detido no aeroporto com R$ 32 mil em dinheiro. Meirelles declarou que ao voltar ao Brasil foi ao ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, e explicou que vendeu para o sócio a parte de um imóvel que tinha em Piracicaba. Segundo o presidente do BC, o sócio quis pagar em dinheiro e o cunhado não tinha tempo para levar o dinheiro à agência bancária. Viajou para Goiânia onde depositou na conta do presidente do BC. Henrique Meirelles admite que comprou um imóvel em Goiânia em nome da sua pessoa jurídica e depois comprou de novo como pessoa física. Ele explicou que, quando sua tia e madrinha pediu que ele comprasse a chácara para ficar na família, estava no exterior e não tinha CPF no Brasil. Reportagem da Veja A reportagem da Veja diz que encontrou procurações de Meirelles para o engenheiro Marco Túlio Pereira de Campos, primo do diretor. O engenheiro foi detido, em maio deste ano, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, quando embarcava para Brasília por levar R$ 32 mil na bagagem. Campos identificou-se como parente do presidente do Banco Central e disse que o dinheiro era fruto de uma transação imobiliária realizada em São Paulo envolvendo um dos bens de seu primo. A afirmação foi confirmada por procurações de Henrique Meirelles que lhe davam poderes para representá-lo junto a instituições municipais e estaduais de Goiás e a dois órgãos da União: Receita Federal e Procuradoria da Fazenda Nacional. Os documentos encontrados pela PF com o primo de Meirelles mostram que ele já estava no comando da política monetária brasileira, em outubro do ano passado, quando criou a empresa Catenária Administração de Bens e Participações. A sócia de Meirelles na empresa, com 0,01% do capital social, é Diva Silva de Campos, sua mãe. Segundo o artigo 5º, parágrafo I, alínea B, do Código de Conduta da Alta Administração Federal diz que as autoridades que exercem cargo público devem comunicar à Comissão de Ética Pública do governo federal qualquer alteração relevante em seu patrimônio, especialmente quando se tratar de aquisição direta ou indireta do controle de empresa. Meirelles não cumpriu essa regra, mas disse ter feito uma consulta à procuradoria jurídica do banco, que não se opôs a sua participação societária. A revista ainda teve acesso a dois contratos societários e uma escritura de compra de uma chácara na cidade de Anápolis, em Goiás, feita por Henrique Meirelles da empresa Silvania Empreendimentos e Participações Limitada. A Silvania Empreendimentos pertenceria a outras duas firmas, nomeadas Silvania One e Silvania Two, com sede em Wilmington, nos Estados Unidos. As duas empresas são de Meirelles. Segundo a Veja, Meirelles, como pessoa física, comprou um bem que já lhe pertencia, na qualidade de pessoa jurídica, através da Silvania Empreendimentos. Esse tipo de operação não seria ilegal, mas serviria para tornar visível aos olhos do Fisco um bem que, até então, estava oculto. Meirelles afirma que a compra da chácara foi feita em 2002 e lançada, no mesmo ano, em seu imposto de renda, entretanto a escritura de compra e venda só foi lavrada em março de 2004, quando já ocupava o cargo no Banco Central.isso, ele sempre esteve sob a vigilância das autoridades bancárias e fiscais americanas. Fonte: Foto:Marcello Casal Jr/ABr
COMENTÁRIOS